Resumo da notícia:

  • Falta de catalisadores e alta da narrativa do medo com o “estouro da bolha da IA” mantêm força e investidores de criptomoedas chegam ao medo extremo.

  • ETFs de Bitcoin e de Ethereum registram quase US$ 700 milhões em saídas líquidas; tesourarias de Bitcoin também recuam.

  • RSI aponta zona neutra, mas pressão de compra de criptomoedas apresenta reação.

O mercado de criptomedas orbitava US$ 3,25 trilhões (-0,3%) na manhã desta segunda-feira (17), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 95,6 mil (-0,5%) com dominância recuada a 58,7%, medo extremo dos investidores (17%) e a maioria das altcoins no vermelho.

Em linhas gerais, a pressão de venda e a saída de capital líquido do mercado cripto ocorriam na esteira da falta de catalisadores e da predominância da narrativa dos últimos dias em torno do possível estouro da bolha da inteligência artificial (IA), já que a tecnologia demanda investimentos bilionários, em meio a especulações de baixos retornos.

Além da “crise existencial da IA”, o aumento do FUD (medo, incerteza e dúvida) dos investidores nos últimos dias aconteceu na seara das incertezas com dados oficiais ainda não divulgados da economia dos Estados Unidos, após o fim do shutdown (paralisação de serviços do governo). Nesse caso, as incertezas giram em torno da possível interrupção de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro, por causa da inflação. Além disso, os investidores aguardam novos dados da indústria e do mercado de trabalho, que podem servir de catalisadores para o mercado de criptomoedas ao longo da semana.

O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, estava ligeiramente recuado a 19,88 pontos (-0,6%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e em Ethereum (ETH) fecharam a última sexta-feira (14) com respectivas saídas líquidas de US$ 492,11 milhões e US$ 177,9 milhões. Em direção contrária, ETFs de Solana (SOL) e XRP atraíram respectivos depósitos líquidos de US$ 12,04 milhões e US$ 243,05 milhões, segundo dados da SoSoValue.

O interesse institucional em relação ao Bitcoin também resultou na saída de 467 BTC das tesourarias da criptomoeda, no acumulado semanal dessa segunda-feira. Nesse caso, o holding das 41 principais companhias não mineradoras era de 885,07 mil Bitcoins, correspondentes a cerca de US$ 84,67 bilhões.

mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava queda a US$ 139,17 bilhões (-1,1%) no Interesse Aberto e alta a US$ 282,37 bilhões (+63,5%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas superava US$ 562,06 milhões (+164,5%). Nesse caso, a desvantagem era dos touros, já que a liquidação de posições compradas (longs) era de quase US$ 398 milhões ante US$ 164,4 milhões em posições vendidas (shorts).

A 43,84 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas apontava neutralidade e diminuição da pressão de venda em relação a sexta-feira. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como ASTER, ZEC, STRK, ALCH, SAHARA, LIGHT, WCT, HYPE, ZEN, WLFI, NMR, NIL, PIEVERSE, TRUTH, ERA, XVG, MUBARAK, B, PROMPT, TRADOOR, AIO. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como ICP, HBAR, IP, H, BARD, SXX, ZORA, AIA, PLUME, B2, USELESS, ALLO, PIPPIN, KGEN, HIPPO, RIVER, BRETT, TURBO, EUL, TRUST, B3, AKE.

Mapa de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, estava recuado a 31 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ICP derretia a US$ 4,88 (-9,2%) com retração acumulada semanal de 31%, o NEAR se retraía a US$ 2,30 (-8,6%), o XMR era trocado por US$ 400,68 (-7,9%), o PUMP correspondia a US$ 0,0033 (-7,7%), o DCR valia US$ 33,94 (-6,6%), o DASH retornava a US$ 84,75 (-6,7%), o ZEC era trocado de mãos por US$ 672,29 (-5%), o ENA era comprado por US$ 0,28 (+1,2%), o UNI representava US$ 8,02 (+1,8%), o TEL pareava US$ 0,0067 (+0,9%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, que se encontravam mais escassas, o BANANAS31 chegava a US$ 0,0046 (+96,7%), o FIRO se convertia em US$ 5,02 (+53,1%), o LIGHT representava US$ 1,82 (+49,2%), o WKC pareava US$ 0,00000010 (+28,7%), o UAI era negociado por US$ 0,21 (+25%), o ORE se referenciava por US$ 230,32 (+20,8%), o OMI respondia por US$ 0,00021 (+18,9%) e o NIL estava cotado a US$ 0,22 (+14,8%).

Entre as novas listagens estavam GAIB na Binance Futuros, MEME na Bitkub, METAX na LBank, YEC na BitMart, ALPRO na AscendEX, RED e SLP na Biconomy.

Na semana anterior, as liquidações em criptomoedas superaram US$ 1 bilhão com novo tombo do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.