O Brasil está no foco da expansão global da Conduit, empresa de transferências transfronteiriças via stablecoins que acaba de anunciar uma captação de US$ 36 milhões em uma rodada de financiamento Série A liderada pela Dragonfly e Altos Ventures.

De acordo com uma reportagem do Valor, o CEO da Conduit, Kirill Gertman, participou de um almoço com players brasileiros do setor de criptomoedas em abril. Na ocasião, o executivo declarou que o país é um dos focos da expansão global da empresa, que trabalha para consolidar a utilização de stablecoins como alternativa ao sistema de mensagens belga SWIFT, considerado caro e lento.

Durante um evento em São Paulo, Gertman salientou que as operações da Conduit seguem regras de conformidade regulatória e destacou que a empresa rastreia a origem e destino das stablecoins e documentação utilizadas nas transferências.

A favor da empresa está a utilização de stablecoins lastreadas a 14 moedas fiduciárias em nove países, como Brasil, Estados Unidos, Nigéria e Quênia.

Com o novo aporte, a Conduit atingiu US$ 53 milhões em captações. A empresa  afirma que sua plataforma oferece uma alternativa moderna, permitindo liquidações internacionais quase em tempo real ao combinar stablecoins com moedas fiduciárias locais por meio de infraestrutura cripto.

Sistemas tradicionais de pagamento internacional não atendem às demandas das empresas modernas, disse Kirill Gertman, CEO da Conduit, em comunicado.

Outros participantes da rodada de financiamento incluem Sound Ventures, Commerce Ventures, DCG, Circle Ventures e dois investidores anteriores, Helios Digital Ventures e Portage Ventures. A Conduit afirma que seus clientes economizaram mais de 60.000 horas em tempo de liquidação e mais de US$ 55 milhões em taxas desde o lançamento da empresa em 2021.

A solução adotada pela Conduit é objeto de lobby contrário de plataformas globais de câmbio e pagamento. Foi o que observou recentemente o investidor Kevin O’Leary, durante uma palestra principal na Consensus 2025.

Segundo ele, essas plataformas tradicionais de câmbio e pagamentos muitas vezes cobram altas taxas para realizar transferências internacionais de dinheiro e correm o risco de perder receita se as stablecoins regulamentadas forem aceitas como alternativa mais barata e rápida, afirmou O’Leary na conferência em Toronto, conforme noticiou o Cointelegraph.