Kim Nam-kuk, membro da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, pode ser condenado a seis meses de prisão por supostamente não declarar todas as suas holdings em criptomoedas ao governo.

De acordo com um relatório de 18 de dezembro da mídia sul-coreana Dong-A Ilbo, os procuradores do caso de Kim solicitaram uma sentença de seis meses de prisão para o deputado, que atualmente está em julgamento em Seul.

Kim supostamente declarou seus ativos totais como 1,2 bilhão de won sul-coreanos — aproximadamente US$ 834.356 na época da publicação — em 2021, apesar de possuir 9,9 bilhões em ativos digitais, e também escondeu 990 milhões de won em holdings de criptoativos em 2022.

Os procuradores afirmaram que Kim "obstruiu a revisão do Comitê de Ética da Assembleia Nacional sobre os ativos do membro da Assembleia Nacional de forma falsa", ao não declarar toda a sua posse de criptoativos. A posse desses ativos pode gerar potenciais conflitos de interesse para oficiais eleitos.

Kim deixou o Partido Democrático do país em 2023 após surgirem denúncias de que o deputado liquidou milhões de dólares em criptoativos antes de a Coreia do Sul começar a aplicar a Travel Rule do Financial Action Task Force. Ele alegou que havia transferido os fundos para outra exchange, mas também afirmou que não era obrigado a declarar os ativos ao governo.

Após assumir o cargo em 2020, Kim tinha certa autoridade em lidar com leis relacionadas a ativos digitais, incluindo uma legislação proposta pelo Partido Democrático para adiar um imposto de 20% sobre ganhos de criptoativos de 2023 para 2025. Os parlamentares concordaram com mais um adiamento de dois anos da política em 1º de dezembro, adiando a implementação para 2027.

Crise política na Coreia do Sul após declaração de lei marcial

O julgamento de Kim, apesar das acusações, foi amplamente ofuscado pela declaração de lei marcial feita pelo presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, aparentemente sem aviso prévio aos aliados, na noite de 3 de dezembro. Muitos parlamentares do Partido Democrático e do Partido People Power de Yoon escalaram as paredes dos edifícios do parlamento para contornar os guardas militares e votar pela revogação da declaração.

Yoon concordou em suspender a lei marcial após a votação, mas se recusou a renunciar, mesmo com muitos parlamentares pedindo sua saída. No dia 14 de dezembro, os parlamentares da Assembleia Nacional, em uma votação de 204 votos contra 300, abriram um processo de impeachment contra o presidente da Coreia do Sul.

O Tribunal Constitucional da Coreia terá 180 dias para revisar o impeachment de Yoon, o que pode determinar se o presidente será removido do cargo. Han Dong-hoon, líder do Partido People Power, também anunciou em 16 de dezembro que renunciaria em resposta à decisão do impeachment.