José Salim Mattar, secretário de desestatização do Ministério da Economia, acusou o Serpro e a Dataprev de venderem dados pessoais dos cidadãos brasileiros em entrevista concedida a Capital Digital. As duas empresas públicas que, entre outras, vem fazendo diversos investimentos em soluções de blockchain, estão na lista para serem vendidas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Mattar, as empresas estatais não funcionam bem e, sem fornecer provas, disse que elas vendem os dados dos cidadãos do país. Serpro e Dataprev são os principais fornecedores de tecnologia para aplicações do Governo Federal, entre eles, por sistemas da Receita Federal do Brasil.

"Empresa estatal não funciona bem. Nossos dados estão sendo vendidos pelos servidores públicos dessas estatais. Temos que privatizar (...) Está acontecendo isso porque é empresa pública, se fosse privada não aconteceria”, afirmou o secretário.

As afirmações geraram revolta entre funcionários das instituições, que afirmaram entrar judicialmente com o secretário.

“A Fenadados e os sindicatos que constroem a FNI adotarão todas as medidas judiciais cabíveis e representarão, junto à Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade, desvio de finalidade e calúnia contra o sr. Salim Mattar.”, comentou a Fenadados.

Com planos de serem vendidas, ambas as empresas públicas vem reduzindo gastos, cortando funcionários e entregando prédios. O plano de privatizações do governo Bolsonaro deve ser lançado em 2020 porém não tem prazo anunciado para a venda das empresas.

No campo de blockchain a Dataprev é responsável pelo desenvolvimento do projeto bCPF e bCNPJ, ambos da Receita Federal do Brasil e que permite a consulta, por meio de um sistema em blockchain, por órgãos públicos, de informações públicas atreladas ao CPF. A ideia da Receita e do Dataprev é expandir o serviço para que ele possa ser uma espécie de 'big data' do governo que deve reunir diversas informações dos órgãos federais em um único cadastro.

Ja o Serpro, desenvolve com blockchain, o sistema bConnect que promete interligar aduanas de diferentes países que integram o Mercosul. O projeto deve ser lançado oficialmente até março de 2020.

Como noticiou o Cointelegraph, recentemente o Serpro destacou que o uso de novas tecnologias, como blockchain, é fundamental para a empresa continuar na liderança entre as empresas do setor.

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