O meia do Atlético Mineiro Gustavo Scarpa reagiu na última quinta-feira (23), através de sua página no instagram, a uma matéria da ESPN que noticiou a possibilidade de um acordo judicial entre ele e o atacante do Santos Willian Bigode, ex-companheiro de Scarpa no Palmeiras.
Segundo a publicação, a representação de Bigode, que é um dos réus em um processo movido por Scarpa, propôs ao atleticano o uso de criptomoedas retidas na exchange de criptomoedas falida FTX, supostamente pertencentes à empresa de investimentos cripto Xland, como garantia ao ressarcimento de R$ 6,3 milhões. A Justiça deu um prazo de cinco dias para a defesa de Scarpa responder se aceita ou não o acordo.
“Nem vem que não tem”, antecipou Scarpa no instagram.
Captura de tela: Instagram/Gustavo Scarpa
Esse montante é produto de um investimento feito por Scarpa na Xland em 2022, segundo ele não devolvido em agosto daquele ano. Aporte que teria sido intermediado pela empresa WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, outra ré na ação, que tem como um dos sócios Willian Bigode.
De acordo com a matéria, a proposta da defesa de Bigode se baseou nas informações da FTX, falida em novembro de 2022, de que poderia pagar seus credores até US$ 16,3 bilhões, para as reivindicações abaixo de US$ 50 mil, cerca de R$ 260 mil.
Ainda segundo a defesa, após a eventual quitação com os credores, em um total estimado de US$ 11 bilhões, restariam US$ 5,3 bilhões para FTX reembolsar outros usuários da plataforma, entre eles a Xland. Embora não seja possível afirmar se o montante comportaria o reembolso completo de todos esses investidores.
O pedido da representação de Willian Bigode, de acordo com a publicação, pede que a Justiça solicite a FTX informações do saldo da Xland retido na exchange, com objetivo de um eventual arresto para quitação do prejuízo de Scarpa e Mayke, lateral-direito do Palmeiras que também foi lesado pela Xland.
No entanto, em agosto do ano passado, a própria Xland publicou um comunicado colocando à disposição dos investidores o saldo da empresa retido na FTX. O que fundamentou a petição dos advogados de Bigode.
Captura de tela: Instagram/Xland
O Cointelegraph Brasil acessou o endereço de uma carteira pública na Rede Tron, informado pela Xland, cujo saldo era de US$ 46,68 milhões em TRX, cerca de R$ 240 milhões, embora não seja possível afirmar se a carteira realmente pertence à empresa.
Captura de tela/Tronscan
Em nota à ESPN, a defesa de Bigode disse que o atleta não tem qualquer responsabilidade nas transações firmadas por terceiros e que seria coerente disponibilizar o saldo da Xland na FTX aos autores da ação, caso confirmado o saldo.
Por sua vez, a representação de Scarpa alega que a petição dos advogados de Bigode é um subterfúgio para o atleta não assumir a responsabilidade do ressarcimento aos ex-companheiros do Palmeiras e que, na lista de credores da FTX, não consta os nomes da Xland ou de seus sócios.
A tentativa de acordo de Willian Bigode aconteceu depois de uma decisão do último dia 20 do juiz da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre Wendelson Pereira Pessoa, que informou que os 20 quilos de pedras preciosas, alexandritas, apreendidas da Xland, não são suficientes para cobrir o prejuízo de Scarpa. Em janeiro desse ano, a Justiça acatou um pedido do jogador e solicitou laudo à PF sobre valor das alexandritas apreendidas da Xland, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.