Após uma semana de baixa volatilidade e estabilidade de preço, o Bitcoin (BTC) voltou a esbarrar na resistência de US$ 24.300 na manhã desta segunda-feira, 8, impedindo voos mais altos da maior criptomoeda do mercado.

A marca vem se impondo como uma forte barreira para que o preço do BTC busque novas máximas no curto prazo. Um rompimento acima dessa região é fundamental para voos mais altos agora que o Bitcoin estabilizou-se acima da média móvel de 200 semanas, que agora está em torno de US$ 22.900.

O retorno da força compradora refletidos no índice OBV (on balance volume) negociado e no Índice de Força Relativa (RSI) ascendentes no gráfico diário neste início de semana são indicadores de que há chances de que novas máximas de preço do BTC possam ser buscadas em breve afirmou Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil:

"O Bitcoin abre a semana com um volume de compra animador para realizar seu 3º teste de rompimento da resistência dos U$24.300. Se rompido, há grandes chances de buscarmos a região entre U$28.000 a U$32.000. O indicador RSI diário, que mostra a força do movimento, está tentando romper a linha de tendência de baixa, além disso temos o OBV, um indicador de momento que relaciona mudanças no preço com variações de volume de volume de negociação, realizando fundos ascendentes."

"Esses são sinais claros que o movimento tem força para romper a barreira da resistência" e buscar a zona de preço acima do retângulo verde destacado no gráfico abaixo, completou o analista.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance) com destaque para RSI e índice OBV ascendentes. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Mesmas tendências no gráfico semanal

O RSI e o índice OBV no gráfico semanal do par BTC/USD confirmam ambas as tendências favoráveis à busca de novas máximas no curto prazo. No caso do RSI, observa-se que ele está rompendo a linha de tendência de baixa que vem desde as máximas históricas do final do ano passado. Já o "OBV semanal está em uma sequência de fundos e topos ascendentes, indicando que a força do movimento está prestes sair da região negativa para se tornar compradora", diz Consimo.

A inflação e a força do dólar

O foco dos mercados esta semana está voltado para a divulgação dos números da inflação nos EUA, que serão divulgados na próxima quarta-feira, 10. Embora não seja indicativo de uma tendência específica em si, os anúncios do CPI (Índice de Preços ao Consumidor dos EUA) têm sido recorrentemente acompanhados pela volatilidade do mercado antes, durante e depois do fato. 

O grande debate no momento gira em torno da possibilidade de que a inflação já tenha atingido o seu pico. Nesse caso, abrir espaço para o Banco Central dos EUA (Fed) aliviar os aumentos da taxa de juros a partir de setembro. Caso contrário, os ativos de risco ainda poderão ser submetidos a novas perdas em um futuro próximo.

Consimo acredita que "o mercado já está precificando a expectativa de um anúncio positivo, que irá levar os mercados a novas altas e recuperações expressivas."

Enquanto isso, o Índice do Dólar Americano (DXY), que mede a força da moeda norte-americana em relação a uma cesta de ativos de reserva de economias fortes, está prestes a confirmar uma divergência baixista, reforça o analista da Crypto Investidor.

Gráfico semanal DXY (Índice do dólar) com destaque para divergência baixista. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Os topos ascendentes no preço em oposição a topos descendentes no RSI no gráfico semanal do DXY indicam uma reversão de tendência que tende a favorecer o Bitcoin, uma vez que, historicamente, a maior criptomoeda do mercado apresenta correlação inversa ao dólar.

Com os analistas divididos sobre a sustentabilidade da atual do Bitcoin, novas quedas ainda não podem ser totalmente descartadas por enquanto. No entanto, Consimo acredita que o fundo do atual ciclo tenha sido alcançado em 17 de junho, quando o preço do BTC registrou a mínima de US$ 17.622.

O analista defende que dada a forte correlação que o Bitcoin vem apresentando em relação ao mercado acionário dos EUA, mínimas inferiores ao suporte psicológico de US$ 20.000 são bastante improváveis daqui por diante:

"Com o cenário atual descrito acima, acreditamos que dificilmente veremos o Bitcoin na região dos U$17.000 a U$20.000 em um futuro próximo. Porque para isso ocorrer, o S&P 500 precisaria ser submetido a um forte crash, a ponto de fazer o preço do BTC perder sua principal LTA (linha de tendência de alta) de preço de curto prazo, além de sua principal LTA (linha de tendência de alta) do RSI e de seu principal suporte no momento, que está na região de U$22.300."

Os níveis de suporte de curto prazo, bem como do RSI, estão delineados no gráfico abaixo.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance) com destaque para linha de tendência de alta do Bitcoin. Fonte: Crypto Investidor (TradingView)

Na tarde desta segunda-feira, 8, o par BTC/USD está cotado a US$ 23.900, registrando uma alta intradiária de 3,1%, de acordo com dados do CoinGecko. A primeira nova tentativa de romper e manter-se acima de US$ 24.000 voltou a não ser bem-sucedida.

Apesar disso, o preço do BTC atingiu seu maior preço desde 30 de julho e alguns analistas preveem uma forte batalha entre touros e ursos na faixa dos US$ 25.000, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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