O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Netos, defendeu esta semana a utilização do Pix, plataforma de pagamentos instantâneos lançada em novembro de 2020 pela instituição monetária brasileira, como forma de integração dos países que compõem o Mercosul. 

Em participação no IDP Summit, em Brasília (DF), na última segunda-feira (27), Campos Neto evitou falar em moeda comum na América Latina e revelou que Uruguai, Colômbia, Peru e Equador já participaram em reuniões bilaterais com o Brasil com objetivo de se integrarem ao Pix, o que também seria objetivo do Chile. 

Campos Neto ainda abordou as conquistas do Pix e do Open Finance durante a palestra sobre inovações no sistema financeiro e avanços tecnológicos. Em relação aos criptoativos, o presidente do BC acrescentou que o grande debate é saber se existe uma migração em curso para uma economia tokenizada, com extração de valor a partir de um criptoativo. 

Quanto ao Real Digital, ele argumentou que a moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) brasileira é diferente de outras moedas dessa natureza ao redor do mundo, porque visa fomentar os negócios no país. Segundo ele, o Real Digital, que terá uma versão de testes lançada nesse mês de março, não precisará de uma nova regulação e a liquidez será obtida a partir de depósitos. 

Quanto à eventual utilização do Pix pelo Mercosul, a proposta surge cerca de um mês após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina. Na ocasião, Lula e o presidente Alberto Fernández confirmaram a intenção de lançarem o “Sur”, uma moeda digital entre os dois países, o que pode ser favorecido pela tecnologia blockchain, embora a diferença entre as economias represente um grande desafio, segundo especialistas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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