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Ana Paula PereiraAna Paula Pereira

Participação feminina em cursos de TI no Brasil é oito vezes menor do que dos homens, mostra relatório

Análise do Fórum Econômico Mundial mostra que distância entre homens e mulheres na tecnologia pode aumentar com evolução da blockchain

Participação feminina em cursos de TI no Brasil é oito vezes menor do que dos homens, mostra relatório
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As mulheres no Brasil têm uma participação oito vezes menor do que os homens nos cursos de tecnologia da informação, segundo o Global Gender Gap Report, relatório apresentado no último mês durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

De acordo com o estudo, a distância entre homens e mulheres no universo da tecnologia impacta nos níveis de desigualdade de gênero global, tendência que pode se acentuar nos próximos anos com a evolução de tecnologias como a inteligência artificial e a blockchain.

“Em uma era em que as habilidades humanas são cada vez mais importantes e complementares à tecnologia, o mundo não pode se privar do talento das mulheres em setores nos quais o talento já é escasso”, analisou Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial.

A participação feminina também é menor no mercado de criptomoedas, seja como investidoras, empreendedoras ou como mão de obra: em 2018, apenas 8,5% dos investidores eram mulheres, segundo levantamento da corretora de valores eToro.

Uma das únicas mulheres que é sócia de uma exchange no Brasil, Natália Garcia, da FoxBit, avalia que a ausência de mulheres na criptoeconomia se deve a junção de dois setores tradicionalmente masculinos: tecnologia e economia.

Ela adverte, no entanto, que a educação feminina é fundamental para adoção massiva dos criptoativos.

"Há teses que mostram que as mulheres definem os investimentos do casal, então a adoção passa pelo conhecimento da mulher sobre o que são criptomoedas, o que é essa economia que está surgindo."

Uma recente pesquisa da London Block Exchange, publicada pelo Cointelegraph, mostra, no entanto, que entre os nascidos nos anos 1980, o número de mulheres interessadas em investir em criptomoedas dobrou em 2018, apesar da queda no mercado.

Para o presidente da Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain (ABCB), Fernando Furlan, a baixa participação das mulheres no setor não é exclusividade das empresas de criptomoedas ou blockchain, mas um reflexo do mercado financeiro. "É consequência de uma visão do passado", afirma.

De acordo com o relatório do Fórum, ainda serão necessários 202 anos para se alcançar igualdade de gênero no mercado de trabalho global.