Uma marca com ambição de explorar as novas fronteiras da tecnologia, com o intuito de criar diferenciais competitivos, inevitavelmente esbarrará na possibilidade de criar projetos usando tecnologia blockchain. Muitas marcas experimentaram essa tecnologia para criar projetos envolvendo NFTs. Algumas delas foram muito bem-sucedidas, outras nem tanto. 

A tecnologia blockchain é revolucionária para qualquer marca, pois ela desencadeia uma série de novas possibilidades, de experiências, e interações com a audiência que, por consequência, geram awareness, engajamento, possibilidade de inovação e vendas. 

No entanto, mesmo com novas tecnologias, certas coisas não mudam. Como, por exemplo, a necessidade do ser humano de encontrar significado nas coisas que compra, nos locais que frequenta, na relações que mantém, e esse significado surge sempre através de boas histórias, o chamado storytelling. 

Portanto, a combinação atômica para uma marca que deseja se alavancar para o futuro e conquistar as próximas gerações, explorando as novas fronteiras da tecnologia, é a "Blockchain + Storytelling". 

E é sobre isso que vamos falar hoje.

Como desarmar as armadilhas do mundo cripto?

O engajamento emocional é essencial para o sucesso de um projeto de NFT, e muitas vezes é o fator determinante que separa um projeto de sucesso daquele que perde tração no longo prazo.

A armadilha que muitos projetos de NFT caem é explorar, ou não se preparar para enfrentar, o mercado especulativo de criptomoedas, cujo interesse primário é financeiro e de curto prazo. Quando o maior interesse no projeto de NFT de uma marca é financeiro, se ele não for rapidamente lucrativo, o final provável é o desastre desse projeto.

Assim, a lição aqui para marcas que pretendem construir projetos de inovação com longevidade é criar incentivos emocionais e psicológicos para as  pessoas se envolverem com a iniciativa antes de qualquer incentivo financeiro.

É justamente o vínculo emocional e psicológico com o projeto que leva as pessoas a acreditarem nele, e a permanecerem engajadas no longo prazo, independente dos resultados e da velocidade de  sua evolução.

Quando uma pessoa compra um NFT, um bem digital), passa a ser dona de algo, e quando existe esse vínculo emocional e psicológico, o senso de posse se aprofunda, e o vínculo entre a pessoa e o projeto ganha um novo significado. Esse significado dará a possibilidade de se criar algo de longo prazo. 

Todo mundo que já participa de uma comunidade na Web3, sabe que, para que um projeto possa ser bem-sucedido, é necessário criar um senso de comunidade e pertencimento, e a melhor ferramenta para construir esse vínculo é o storytelling.

Storytelling e como deixar sua marca no mundo

O storytelling já não é uma novidade, afinal, é uma técnica cada vez mais presente nas estratégias de marcas que desejam se destacar em meio a um mercado competitivo. 

É através da arte das histórias que as marcas são capazes de transmitir, de forma envolvente e fácil de compreender, sua mensagem, sua visão, sua missão e seus valores para o público, criando uma conexão emocional que vai além da simples transação comercial. 

Além disso, é através das histórias que a marca conta que ela tem a chance de revelar sua verdadeira identidade para o público e, por isso, storytelling passa a ser uma ferramenta extremamente estratégica de construção de marca, principalmente para novas gerações que querem se relacionar com marcas autênticas, respensáveis e transparentes. 

Storytelling e NFTs

Quando falamos sobre as possibilidades de uma marca criar iniciativas envolvendo NFTs com storytelling, buscando estabelecer uma relação de confiança com seus consumidores, é impossível não pensar como esse é um excelente caminho para repensar, por exemplo, os programas de fidelidade. 

Ao envolver seus consumidores, clientes, fãs e até funcionários com NFTs, a marca está sempre entregando algum ativo digital único e exclusivo para eles, que podem conter os mais diferentes tipos de "super poderes". Estes poderes vão desde dar acesso a comunidades, a experiências presenciais ou online, a novos ativos digitais, ou até mesmo participar da construção de algo novo.

Quando a marca embarca seus projetos com NFTs em um contexto criativo e altamente participativo, que é a história, o público passa a viver uma experiência muito mais interessante e potencialmente inesquecível, pois aquilo tem significado emocional. Isso gera valor para a marca, mas também engaja e vende. 

Um caso prático

The Noise é uma Open Edition, termo usado para descrever um tipo de resgate de NFTs que é aberto ao público durante um determinado período de tempo, de forma gratuita ou não, que marca um momento importante para a Lumx Studios, uma startup especializada em criar soluções na Web3 para marcas e negócios no Brasil, aportada pela Mynt, do BTG. 

Nos primeiros dois dias, mais de 2 mil colecionáveis foram resgatados, mesmo sem haver muita informação disponível, além do nome e da comunicação em todos os canais da marca, que deixou claro que algo significativo estava por vir. Tudo foi pensado e planejado para gerar esse sentimento de curiosidade. Era necessário construir uma narrativa potente, e tudo começou com o sentimento que estava presente no time.

"Criei uma lista de palavras que representassem as emoções que nós, enquanto marca, estávamos vivendo em relação ao próximo anúncio. Dessa nuvem de palavras, 'noise' foi a que fez mais sentido. Como um colecionável, não queríamos trivializar a arte. Ter uma arte e um produto que tangibilizassem a nossa história faria muita diferença para encantar e amarrar toda a comunicação dos próximos dias", diz Amanda Marques, CMO da Lumx Studios.

"Os testes com inteligência artificial foram iniciados e cheguei a uma porta futurista, que representava a nossa passagem para um outro lado agora 'barulhento'. Nossa designer, Mariana Morgado, conseguiu trazer mais personalidade e movimento à ideia central e potencializou a mensagem com um motion impecável que traduzia perfeitamente a ideia desse barulho a todos que olhassem o colecionável", completa.

Para Mariana Morgado, participar da criação do The Noise foi "uma experiência incrível". "Me permitiu transcender como artista e designer. Meu grande desafio foi criar uma obra de arte digital dinâmica que pudesse refletir as identidades das duas marcas envolvidas. Esse colecionável  é um exemplo perfeito de como a arte, inteligência artificial e storytelling  podem se unir para ampliar as possibilidades de expressão artística para negócios que querem criar suas narrativas utilizando tecnologia”, avalia a designer.

Todo o movimento de divulgação foi feito de forma orgânica, sem investir um real em marketing e anúncios. "Friends and Family", como chamamos as pessoas conectadas à nossa marca, foram responsáveis por hackear a cultura dentro das comunidades do Discord e do WhatsApp para espalhar a mensagem ao longo de todos os dias de ação. Todos os posts que saíram eram enviados aos nossos colaboradores para que juntos ativássemos mais pessoas, chamamos isso de compartilhamento simultâneo. Todos recebem o post do dia e publicam juntos!

Outro ponto importante que vale destacar em relação à quantidade de mints realizados no The Noise foi a utilização do padrão ERC-4337. Esse padrão permitiu que a taxa de gás necessária para realizar o mint fosse patrocinada por nós. Com isso, aproveitamos essa vantagem para apresentar o "Quack", o patinho roxo que é o mascote da nossa comunidade. Nosso objetivo é estreitar ainda mais a relação das pessoas com ele no futuro. Pensamos cuidadosamente em como incluí-lo na história do The Noise, o que trouxe mais autenticidade ao nosso discurso.

Fornecemos tecnologia para marcas e negócios, talvez esse seja o lado menos notado pelas pessoas, afinal, é difícil criar carinho por uma linha de código. Porém, nosso desafio diário é usar a tecnologia que entregamos para grandes marcas para construir a narrativa da Lumx com experiências, design e todo o potencial criativo que temos dentro de casa para construir nossa própria comunidade de pessoas que se conectam com nosso jeito único de construir relacionamento.

Podemos criar uma conexão significativa com pessoas que se identificam com as histórias que contamos como marca, mesmo que nossos produtos e serviços sejam essencialmente compostos por linhas de código. Usando nosso potencial criativo interno, podemos transmitir nossas narrativas de uma maneira que gostaríamos que grandes marcas utilizassem para fortalecer sua relação com sua comunidade e admiradores.

Como conseguir um colecionável digital The Noise

O resgate do The Noise fica disponível até esta sexta-feira (28). Conforme dito, a aquisição do colecionável pode ser feito gratuitamente, através do link oficial da campanha.

Nos próximos dias, todos que resgataram vão entender como acessar a comunidade oficial da Lumx Studios e a arte do produto será revelada. 

Futuro do storytelling e dos NFTs

O que sabemos hoje é que muitos projetos e marcas grandes estão de olho nesse assunto. A Polygon, no ano passado, entrou para o processo de aceleração da Disney. O projeto Doodles comprou o icônico estúdio de animação do criador de Rick and Morty. Dentre os dez maiores projetos de NFTs do mundo em 2022, todos eram "character-driven", ou seja, são conduzidos por personagens. Esses são sinais do presente que apontam para o futuro. 

O futuro do storytelling com os NFTs é impossível de desvendar com clareza, mas certamente é brilhante, altamente criativo e acontecerá muito mais rápido do que imaginamos com a presença de Inteligência Artificial. 

Muito provavelmente, em um mundo ainda mais virtual e cada vez mais imersivo, será inevitável marcas colocarem no centro de suas estratégias de marketing e growth, projetos em volta de avatares, em experiências imersivas, criativas e "historificadas", interagindo com novos ativos digitais. 

Apesar de algumas marcas normalmente pensarem na criação de um avatar para sua marca, como a Magalu, isso não é, nem de longe, o que será o futuro das marcas nesse mundo novo. Marcas precisarão de personagens com histórias autênticas e poderosas, assim como os personagens de Hollywood que servem de metáforas para nossas vidas. Com a criação de personagens e suas histórias, surgem outros universos, imersivos ou não, para proporcionar experiências mais interativas, interessantes e impactantes para potenciais futuros consumidores.

Será inevitável para marcas que querem estar na vanguarda a união: de profissionais de comunidade, como community managers e designers; de storytelling, como roteirirstas, diretores, produtores e animadores; e de tecnologia, como desenvolvedores focados em Web3 e inteligência artificial. 

Isso tudo deixa muito claro que o que está em jogo para as marcas não é apenas participar de uma nova "trend", ou criar experiências esporádicas de marketing e relações públicas. O que está em jogo é a necessidade de repensar formas de revelar sua identidade online nesse mundo. Qual será a identidade da sua marca nesse mundo novo?

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