A suposta pirâmide de criptomoedas Fiji Solutions foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (15). A empresa atuava em Campina Grande, na Paraíba, oferecendo rendimentos irreais supostamente obtidos através de negociações com criptoativos. O dono da empresa, Bueno Aires, estava detido no Rio de Janeiro desde quarta-feira (14), por suspeita de crime de abuso sexual infantil.

Três pessoas presas

A operação, batizada de "Ilha da Fantasia" pela PF, cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Fiji nos bairros de Catolé e Itararé, em Campina Grande, e na cidade de Gurjão. A empresa é investigada pela prática dos crimes contra o sistema financeiro e formação de organização criminosa. As informações são do G1.

A PF estima que, nos últimos três anos, a Fiji tenha movimentado cerca de R$ 600 milhões em ativos digitais. Na manhã desta quinta-feira, Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento foram presos preventivamente. A PF não revelou se foram apreendidos valores durante o cumprimento dos mandados.

Em abril deste ano, a 2ª Vara Cível de Campina Grande cumpriu um pedido do Ministério Público da Paraíba e bloqueou R$ 399 milhões pertencentes à Fiji Solutions. O dono da empresa Bueno Aires, estava preso no Rio de Janeiro deste quarta-feira, sob suspeita de ter praticado o crime crime de abuso sexual infantil.

A segunda em 2023

A Fiji Solutions já é a segunda empresa prometendo rendimentos irreais com criptoativos de Campina Grande que é alvo de uma operação da PF. Em fevereiro deste ano, a operação Halving cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à Braiscompany. A empresa oferecia retornos fixos de 8% ao mês, muito acima da realidade do mercado de capitais.

A Braiscompany movimentou valores 150% maiores em comparação à Fiji, chegando a R$ 1,5 bilhão. A empresa alvo da Halving, no entanto, teve apenas R$ 15 milhões bloqueados através de embargos às contas de investigados.

A operação deflagrada em fevereiro não foi totalmente efetiva, já que os dois mandados de prisão temporária emitidos em nome dos dois sócios da Braiscompany não foram cumpridos. Por isso, a PF realizou uma segunda operação, desta vez em abril, com mais informações obtidas durante a investigação.

Desta vez, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos com objetivo de apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. Os materiais encontrados motivaram uma terceira operação, deflagrada em maio deste ano, com o cumprimento de um mandado de busca e apreensão pela PF em São Paulo.

Apesar das diversas tentativas da autoridade policial, os sócios da Braiscompany, Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, ainda estão foragidos.

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