A Patria anunciou esta semana um aporte de R$ 11 milhões na fintech especializada em infraestrutura blockchain Liqi. Esse foi o primeiro investimento nesse segmento e aconteceu por meio da Igah, plataforma de Venture Capital (VC) da gestora global de ativos alternativos.
“As soluções da Liqi aumentam a eficiência de instrumentos financeiros que até hoje funcionam de forma muito analógica, rodando em planilhas de Excel e com contratos em papel. A tecnologia desenvolvida pela empresa permite que isso tudo seja feito de maneira automática dentro da infraestrutura blockchain, com agilidade, custos menores e com a segurança necessária”, afirmou Pedro Sirotsky Melzer, sócio do Patria.
Além dos recursos financeiros investidos, a partir de agora, a Liqi está inserida no ecossistema do Patria, que conta com R$ 215 bilhões sob gestão. O que deve abrir um leque de possibilidades de geração de negócios para a fintech.
“Estamos muito felizes em contar com mais um sócio estratégico e de peso para apoiar toda essa transformação da infraestrutura do mercado de capitais que já está acontecendo. A partir de agora vamos trabalhar juntos com o Patria para levar a tokenização para dentro das operações do grupo, assim como fizemos com os outros sócios da companhia”, destacou Daniel Coquieri, fundador e CEO da Liqi.
A fintech está de olho na onda da tokenização de ativos do mundo real (RWAs, na sigla em inglês), que hoje representa um mercado que ultrapassa os US$130 bilhões em capitalização no mundo e que pode alcançar trilhões de dólares até 2030, segundo projeção do JP Morgan e do CitiBank.
De acordo com Coquieri, a vantagem competitiva da Liqi não se limita apenas ao mercado em expansão, já que um dos grandes diferenciais da empresa é criação seus tokens inteiramente dentro da blockchain utilizando contratos inteligentes que contém as regras da operação. Desta forma tanto emissores como investidores conseguem ter mais segurança, transparência, redução de custos e melhores rentabilidades com o uso da tecnologia.
“Estamos atuando de forma próxima ao Banco Central e à CVM, contribuindo ativamente para a transformação do mercado de capitais. Com o próprio presidente do Banco Central afirmando que nossa economia será tokenizada, podemos antecipar anos de grandes mudanças pela frente. Estamos aqui para facilitar essa transformação, que trará benefícios para diversos setores da nossa economia", destacou.
Segundo ele, desde que foi fundada, em 2021, a Liqi conquistou um posicionamento de destaque no mercado e tem em vista o marco de tokenizar mais de R$ 500 milhões junto a clientes como Itaú, Kavak, Banco Votorantim e, agora, também o Patria Investimentos.
O representante da fintech disse ainda que a Liqi conta tanto com soluções para a tokenização de ativos de mercados de capitais e de crédito, tendo tokenizado ativos como recebíveis, duplicatas, notas comerciais, CCBs, e FIDCs, quanto com um serviço de Crypto as a Service (CaaS), possibilitando que empresas do mercado financeiro consigam oferecer aos seus usuários criptomoedas para negociação.
Ele finalizou dizendo que a companhia é pioneira no Brasil no mercado de Token Capital Markets, sendo uma das primeiras a tokenizar 100% da estrutura de um FIDC (um produto que a própria Liqi batizou de TIDC – “Token de Investimentos em Direitos Creditórios”).
Em julho, a Liqi, o Itaú BBA, a plataforma financeira digital de serviços fiduciários de ativos Oliveira Trust, a fintech Laqus e o VBSO Advogados, anunciaram a primeira oferta pública (IPO) de uma nota comercial tokenizada, no valor de R$ 40 milhões, seguindo as normas de oferta pública da Resolução CVM 160, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.