Para viabilizar o sistema de pagamento instantâneo, que pode acabar com as famosas operações de Doc e Ted no Brasil o Banco Central comprou, por meio de uma licitação de mais de R$ 1.350 milhões equipamentos da Dinamo Networks, empresa nacional que também oferece soluções em blockchain. Os equipamentos também pode oferecer suporte a tecnologia DLT.
Na licitação o Banco Central comprou 22 equipamentos HSMs - Hardware Security Module (HSM) e já teria recebido oito destes equipamentos para iniciar os testes do sistema que deve ser lançado em julho de 2020. Os HSM comprado pelo BCB deve garantir segurança e a escalabilidade das transações que devem ocorrer 24/7 com tempo de confirmação máximo de 3 segundos.
"Os HSMs da Dinamo são montados em Santa Catarina e todo o software de criptografia, firmware, inclusive o protocolo de comunicação criado pelo Banco Central para dar mais segurança às transações, foram desenvolvidos em nossas unidades do Rio de Janeiro e de Brasília. Do ponto de vista de hardware, no ano passado, vendemos 120 máquinas grandes, como a comprada pelo BC, e 5000 mil máquinas de pequeno porte para pequenas e médias empresas, em especial, escritórios de advocacia. Para 2020, nossa meta é vender 500 máquinas grandes e 10 mil máquinas de pequeno porte. Esse é um mercado que só vai crescer", afirma em entrevista ao Convergência Digital, o especialista em segurança digital e CEO da DINAMO, Marco Zanini.
No caso de blockchain, a Dinamo em parceria com a GoLedger, anunciou uma solução com a tecnologia em outubro de 2019, a LGPDGO, que assina, integra, audita e responde junto com os cofres digitais (HSMs) por todas as autorizações no uso de dados pessoais por empresas ou holdings de qualquer setor, gravando a trilha de consentimento dos usuários, atendendo a LGPD, em vigor a partir deste ano.
Embora a solução possa ser integrada aos softwares da Dinamo, como os que o Banco Central do Brasil usará, o sistema de pagamentos instantâneos não deve adotar a iniciativa já que o BCB desenvolveu padrões próprios para a iniciativa.
Já no caso da LGPDGo é a união de uma solução em blockchain do tipo privado e permissionado, desenvolvida pela GoLedger, nativamente integrada com os HSMs da DINAMO Networks, que permitem que as assinaturas das transações do blockchain sejam realizadas por chaves de segurança armazenadas em um hardware de segurança exclusivo para as operações.
“As grandes empresas estão investindo milhões de reais em consultoria para atender a nova legislação (LGPD), mas ainda estão longe de alcançar os objetivos desejados. O LGPDGo vem facilitar as empresas a alcançarem esse objetivo e atender essa necessidade do mercado ”, avalia Zanini.
Como noticiou o Cointelegraph, especialistas em Bitcoin e criptomoedas tem visto como positiva a iniciativa do Banco Central em promover o sistema de pagamentos instantâneos. O empresário Rocelo Lopes, CEO da Stratum, argumenta que, por meio do novo sistema um banco não poderá mais 'negar' acesso a empresas de Bitcoin ao sistema financeiro, como ocorre hoje.
Desta forma, todas as empresas de criptoativos que participarem do sistema poderão acessar o sistema financeiro tradicional para fazer a integração entre os 'mundo'.
"O Banco Central no Brasil deve lançar em o sistema de pagamentos instantâneos e isso pode mudar completamente o cenário atual, hoje, os bancos podem negar acesso a empresas de criptomoedas ao sistema, mas, com os pagamentos instantâneos, podemos ter um possibilidade única para se conectar a esta rede e isto vai permitir que as empresas possam receber e enviar fiat que é o que precisamos para realizar nossas atividades e integrar os sistemas", afirmou.
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