A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 30, a Operação Backyard, que desarticulou uma organização criminosa responsável pela movimentação de aproximadamente R$ 1,6 bilhão em apostas clandestinas e fraudes usando criptomoedas.

O grupo investigado transferia quantias milionárias para o exterior através de criptoativos, buscando ocultar recursos e facilitar o financiamento de atividades ilícitas, incluindo o tráfico de drogas.

A operação envolveu buscas em nove endereços, abrangendo cidades de Santa Catarina, como Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, além de Olinda, em Pernambuco. A 1ª Vara da Justiça Federal em Itajaí autorizou, além das buscas, o bloqueio de até R$ 70 milhões em bens e valores vinculados aos investigados.

Esse bloqueio atinge também valores junto a exchanges de criptomoedas e instituições de pagamento, impactando diretamente os recursos suspeitos de ligação com a quadrilha.

Operação Backyard

A investigação da PF revelou que a quadrilha estruturou empresas no litoral catarinense, focadas em serviços de tecnologia e pagamentos online. Essas empresas, que supostamente operam como fachada, atendiam clientes envolvidos em apostas esportivas sem licença e fraudes digitais.

O esquema envolvia a transferência de dinheiro para o exterior através de criptoativos, configurando crime de evasão de divisas. A PF constatou também que parte dos recursos era destinada a lavagem de dinheiro em benefício de agentes públicos e associados ao tráfico de drogas.

A atuação da organização expandiu-se nos últimos meses para além do Brasil, com a abertura de escritórios em outros países da América Latina e Portugal. De acordo com o inquérito, a estrutura empresarial do grupo aponta para holdings e empresas de fachada, que aparentam não ter operações efetivas, mas sim o objetivo de blindar o patrimônio acumulado com as atividades ilegais.

O uso de criptomoedas se mostrou central para o esquema, facilitando a movimentação de grandes somas sem o controle rigoroso das autoridades financeiras. A Polícia Federal segue investigando o impacto do esquema em outros setores e a extensão dos serviços que o grupo oferecia, enquanto reforça a cooperação com agências internacionais para rastrear os ativos no exterior.