Na última terça-feira (26), o cruzeiro do jogador de futebol Neymar Jr, chamado de “Ney em Alto Mar”, saiu do porto de Santos (SP) com destino a Búzios (RJ). A primeira edição do evento contou com a presença de diversos influenciadores digitais e fãs da celebridade.
Com o patrocínio da Blaze, empresa acusada de jogos de azar ilegais no Brasil, e da WePink, marca de cosméticos da influenciadora Virgínia Fonseca, que gerou insatisfações no público devido aos altos preços e qualidades duvidosas dos produtos, o cruzeiro de Neymar vem sendo alvo de polêmicas desde o primeiro dia.
O advogado da Blaze, Leonardo Magalhães Avelar, esclareceu que: “a Blaze é uma empresa com altíssimo nível de profissionalismo e transparência. Até o momento, não foi comunicada da referida investigação criminal e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”
Marcos Bedendo, professor de branding da ESPM, acredita que o patrocínio da Blaze afeta ainda mais a imagem do jogador, que já está desgastada devido a outras polêmicas envolvendo traições e política.
“Neymar não deveria ter se associado novamente à Blaze, poderia ter dito, como muitos fizeram, que não sabia das práticas, e deixar de estar associado à marca, negando, inclusive, esse patrocínio, que não inviabilizaria o cruzeiro dele”, afirma.
O especialista da ESPM também diz que o caminho escolhido por Neymar é o mesmo que Virgínia optou, visando o lucro instantâneo e não a construção de marca e imagem a longo prazo.
“Ele está sempre acompanhado dessas personalidades mais populares nas redes sociais que normalmente têm pouca preocupação com o longo prazo. São explosões midiáticas que existem, como a Virgínia, que visam ganhos econômicos, extraindo o máximo de valor naquele momento específico”, afirma. “É uma visão de negócio um pouco diferente e um pouco distorcida, já que não se preocupam na construção de marca a longo prazo, como outras empresas vinculadas a celebridades”, completa Bedendo.
Do ponto de vista das vantagens do patrocínio para as empresas Blaze e WePink, o professor de branding da ESPM acredita que eventos como este são ótimos cenários para que essas marcas estejam reunidas, já que acabam se aproveitando do impacto midiático que alcançam para extrair valor de pessoas inocentes que acreditam nas promessas dessas marcas.
Blaze
Em junho, a Blaze, que é citada na CPI das Criptomoedas, acumulava 5,7 mil reclamações. A empresa é sediada em Curaçao, paraíso fiscal do Caribe onde também está sediada a casa de apostas online Bruxo10.Bet, promovida em junho deste ano pelo ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
No portal Reclame Aqui já são mais de 5.770 reclamações, sendo que destas, até o momento somente 18 foram respondidas. Entre elas, a última manifestação da empresa no portal buscando resolver o problema dos clientes foi há mais de 6 meses.
Entre as reclamações o que impera são problemas com saques e depósitos de alto valor. Muitos usuários relatam dificuldades ao tentar no processo de retirada, demora, enfrentando erros, confirmação de documentos e atrasos no envio.
"Boa Tarde, já é a segunda vez que eu estou solicitando a retirada e o valor volta para conta Blaze, por quê?", destaca a reclamação de um usuário
Outro usuários reclamou que fez um saque via Pix, que deveria ser rápido, mas já se passaram mais de 36 horas e o dinheiro não caiu na conta. Ao entrar em contato com o atendimento, foi informado que era necessário aguardar 72 horas antes de reclamar novamente, o que foi considerado um absurdo, já que os depósitos e perdas são processados instantaneamente.
Em outro caso um usuário relata que teria depositado mais de R$ 50 mil na plataforma e não teria conseguido visualizar o depósito nem mesmo na plataforma para operações. Pior, ao entrar em contato com a empresa, teria sido informado que seu problema não seria resolvido.