A Microsoft anunciou recentemente a disponibilização novas ferramentas em inteligência artificial (IA) ao Projeto Guacamaya, que usa a tecnologia no combate ao desmatamento na Amazônia colombiana.

De acordo com a big tech, as atualizações mais importantes aconteceram em 2023, quando a tecnologia passou a disponibilizar melhores condições de os pesquisadores rastrearem e entenderem os padrões de desmatamento.

Desde então, o Projeto Guacamaya passou a contar com imagens diárias da plataforma Planet Labs, que possibilita aos pesquisadores a configuração de alertas diários a partir de satélites que monitoram a Amazônia.

Outra novidade é a utilização de modelos de IA específicos da Amazônia, que permite aos cientistas um modelos preciso de identificação de espécies encontradas na floresta de maneira dez vezes mais rápida.

Entre outras ferramentas, o Projeto Guacamaya agora conta com a plataforma de código aberto Pytorch Wildlife, projetada especificamente para criar, modificar e compartilhar poderosos modelos de conservação de IA. 

Além da Microsoft, que participa da iniciativa através da Microsoft AI for Good, braço da big tech voltado ao uso de IA para abordagem de desafios globais, participam do Projeto Guacamaya o Centro de Pesquisa CinfonIA da Universidad de los Andes, Instituto SINCHI , Instituto Humboldt  e Planet Labs PBC.

A gigante tecnológica observou que, de 2022 a 2023, a Amazônia perdeu aproximadamente 3 milhões de hectares para o desmatamento , uma média de 10 mil estados do Acre por dia, de acordo com o Monitoring of the Andean Amazon Project (MAAP), um projeto de monitoramento de desmatamento quase em tempo real da Amazônia.

“É importante manter a integridade da região amazônica, porque quando perdemos a integridade, perdemos a cobertura, perdemos a fauna, perdemos a flora e a selva desaparece. É isso que não queremos que aconteça”, disse a diretora-geral do Instituto SINCHI, Luz Marina Mantilla. 

Por sua vez, o diretor do Centro de Pesquisa CinfonIA, Pablo Arbeláez, declarou que aposta na IA para “virar o jogo e salvar a Amazônia”.

Na avaliação da Microsoft, usando dados, aprendizado de máquina, tecnologia de nuvem, ciência de dados e outras tecnologias, os padrões de desmatamento são identificados mais rapidamente, permitindo que ações mais rápidas sejam tomadas em áreas de risco. A empresa acrescentou que o modelo de linguagem de áudio é um modelo de linguagem multimodal personalizado chamado CLAP, desenvolvido pela Microsoft e que os modelos de imagem são treinados a partir de modelos de código aberto e a estrutura usada para desenvolver os modelos de imagem, Pytorch Wildlife, também foi criada pela Microsoft. 

“Este [Projeto Guacamaya] é um ótimo exemplo de como a IA acelera e apoia o trabalho dos conservacionistas. Já fizemos um progresso significativo por meio dessa colaboração e estou ansioso por mais impacto”, observou o vice-presidente corporativo e cientista-chefe de dados do AI for Good Lab da Microsoft, Juan Lavista Ferres.

O diretor-geral do Instituto Humboldt, Hernando García Martínez, defende celeridade na tomada de decisões críticas pelo governo colombiano a partir das informações obtidas com uso da IA, já que o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM), que fornece os relatórios oficiais de desmatamento para a Colômbia, agora usará os modelos do Projeto Guacamaya em seus relatórios.

Em um podcast recente, Ben Goertzel, o cientista da computação e pesquisador que primeiro popularizou o termo “inteligência geral artificial", declarou que a IA  pode salvar a humanidade, mas somente se as pessoas a controlarem.

Em território brasileiro, a Microsoft anunciou um aporte de US$ 14,7 bi em IA envolvendo o treinamento de 5 milhões de pessoas  noticiou o Cointelegraph Brasil.