O pior momento da recente liquidação geral do mercado de criptomoedas parece ter ficado para trás, ao menos até que se prove o contrário, mas os tokens do metaverso ainda não pararam de sangrar. De acordo com dados do CoinGecko, a capitalização de mercado dos tokens do setor caiu 11% apenas nas últimas 24 horas.

Entre as dez principais moedas do setor, nove acumulam perdas entre 20% e 45% nos últimos sete dias, inclusive as três maiores: Axie Infinity (AXS) está em queda de 23,4%, testando o importante suporte psicológico de US$ 100,00; Decentraland (MANA) registra perdas de 27,7%, e The Sandbox, enquanto ocorre o evento de lançamento de sua versão Alfa, cai 29,8%.

Em comparação, o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) acumularam perdas de 14% e de 0,6% no mesmo período.

De acordo com informações da plataforma de dados on-chain Into the Block, tokens como o MANA e o SAND possuem uma grande concentração de investidores de curto prazo que adquiriram as moedas após a disparada dos preços que se seguiu ao anúncio de que o Facebook passaria a chamar-se Meta para focar no desenvolvimento do metaverso.

Dados do Into the Block mostram que 32% dos detentores do Decentraland adquiriram o token já no mês de novembro durante o rali de alta. Outro número importante a ser observado é que 77% dos detentores do MANA estava no lucro no começo desta segunda-feira e poderia se desfazer de suas posições realizando lucros.

Diante desses números, o chefe de pesquisa do Into the Block, Luas Outumuro, afirmou não ter sido nem um pouco surpreendente que os tokens do metaverso tenham sido fortemente afetados pela liquidação ainda em curso. Segundo ele, o recente rali de alta foi motivado por trades majoritariamente especulativos diante do aquecimento de um novo setor do mercado. 

Da mesma forma que rapidamente acumularam ganhos expressivos, diante dos primeiros sinais de queda os investidores procuraram garantir a realização de lucros.

Segundo Outumuro, trata-se de um fenômeno semelhante ao que ocorreu com os criptomemes, como Dogecoin (DOGE) e especialmente o Shiba Inu (SHIB). Este último também tinha uma alta concentração de traders de curto prazo quando o movimento de liquidação de posições começou. Um indicativo clássico de que se tratam de posições especulativas e não de longo prazo.

O SHIB já vinha em tendência de baixa desde o final de outubro, assim que não chegou a ser um dos ativos que mais sofreu nos últimos dias. No momento, acumula perda semanal de 9%.

Em declaração a uma reportagem do Coindesk, Matthew Dibb, diretor de operações e cofundador da Stack Funds, disse que embora os tokens do metaverso tenham potencial futuro de valorização em função do crescimento e da adoção de plataformas como Decentraland e The Sandbox, na prática eles têm pouca ou nenhuma utilidade atualmente:

“A maior parte da recente valorização dos preços se justifica pelo valor futuro esperado, e não pelas métricas de avaliação atuais. Adicionando lenha à fogueira, tem havido alguns grandes despejos dos investidores iniciais desses ativos que optaram pela liquidação durante o crash.”

À medida que o mercado começa a se recuperar, com o Bitcoin e o Ethereum registrando altas de 1,8% e 5,5% nas últimas 24 horas, respectivamente, fica expectativa sobre o destino do metaverso: terá sido uma moda passageira ou uma tendência que veio para ficar?

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, vendas de terrenos virtuais em plataformas do metaverso têm movimentado valores cada vez maiores no mercado de NFTs. Apenas na semana passada foram mais de US$ 100 milhões.

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