Durante o recesso de final de ano, a Meta promoveu uma série de shows em sua plataforma experimental de experiências imersivas e a adesão do público ficou bem abaixo do que se poderia esperar. Embora não tenha divulgado quais seriam as metas de engajamento esperadas, não estaria totalmente incorreto afirmar que os números foram decepcionantes, conforme informou reportagem do site Futurism.

Entre 26 de dezembro e 31 de dezembro, foram promovidas três apresentações de grandes estrelas da música pop internacional na plataforma Horizon Venues. O rapper Young Thug, o  DJ David Guetta e o duo The Chainsmokers realizaram shows individuais em formatos diferentes. A participação do público era livre, sendo necessário apenas dispor do Oculus Headset para vivenciar a experiência em um ambiente de realidade virtual

Apesar de todo o hype em torno do metaverso desde que o Facebook anunciou a mudança de sua marca para Meta, pouca gente ficou sabendo dos eventos virtuais de fim de ano, e aqueles que chegaram a tomar parte neles não ficaram muito impressionados com a experiência, segundo o Futurism.

A repercussão nas próprias redes sociais da Meta - Facebook e Instagram - foi insignificante e a mídia especializada em música e tecnologia praticamente ignorou as apresentações.

A apresentação de Young Thug não chegou sequer a 100.000 visualizações. Já a de David Guetta atraiu quase um milhão de usuários. A apresentação do Chainsmokers parece ter sido removida, logo não é mais possível saber qual foi o tamanho da audiência. É bom deixar claro que estes números contabilizam os acessos ao espetáculo, mas não dão conta do real engajamento dos usuários.

Uma boa medida do fracasso dos shows de fim de ano da Meta são os números das apresentações do DJ Marshmello e de Travis Scott, ambas no Fortnite. Enquanto a primeira mobilizou 10 milhões de usuários em 2019, a segunda contabilizou a impressionante marca de 27,7 milhões de participantes únicos em 2020, logo no início do lockdown imposto pela pandemia do coronavírus.

Sistema operacional travado?

Se os shows não geraram o interesse esperado, as dúvidas que pairam sobre o desenvolvimento do metaverso da Meta tornaram-se ainda maiores depois que o site The Information divulgou na quarta-feira a informação de que a empresa teria interrompido o desenvolvimento de um sistema operacional imersivo, que incorpora recursos específicos para experiências em realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR).

A noitícia foi imediatamente negada por um representante da empresa em uma declaração à reportagem da Bloomberg:

“Não estamos interrompendo ou reduzindo nossas operações na construção de um sistema operacional real. A equipe continua a progredir e nós continuamos a investir na construção de plataformas de computação futuristas, além de dispositivos como óculos AR e 'wearables', que possam concretizar a nossa visão do metaverso.”

Segundo o The Information, a Meta estaria disposta a abandonar o projeto para adotar uma versão do código aberto do sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google. No entanto, somente a construção de um sistema operacional próprio integrado aos seus dispositivos AR e VR tornaria a Meta totalmente independente de concorrentes como a Apple e o próprio Google.

De acordo com a declaração do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a criação de um sistema operacional próprio é fundamental para que a empresa seja capaz de desenvolver sua visão sobre o metaverso. Segundo ele, ambientes virtuais imersivos e interativos constituirão a nova fase da internet e a intenção da Meta é liderar a sua implementação.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o New York Times vazou um memorando interno da Meta em que o chefe de tecnologia da Meta, Andrew Bosworth, revela disposição para adotar recursos tecnológicos emergentes da indústria de criptomoedas, como NFTs (tokens não fungíveis) e interoperabilidade na implementação do metaverso.

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