Gustavo Chamati, sócio e co-fundador da exchange Mercado Bitcoin, uma das principais plataformas de criptomoedas do Brasil, declarou, em uma entrevista ao portal E-investidor, que está de olho em 4 criptoativos que ele acredita tem grande proposta de valor.
Segundo Chamati, a atual retração no mercado de criptoativos é passageira e reflexo da grande valorização que o mercado teve durante a pandemia do Coronavírus. No entanto, de acordo com o empresário, a tendência do Bitcoin continua sendo de alta e, no longo prazo, é praticamente certo que o criptoativo irá superar seu maior valor histórico em US$ 69 mil.
"Falando em perspectiva, é sempre muito difícil fazer previsões de curto prazo. Em algum momento nos próximos quatro anos, é provável que o Bitcoin supere o preço máximo registrado no final do ano passado, de US$ 69 mil. Estou falando de uma tendência de evolução de mercado e não para um curto prazo ou movimento especulativo", destacou.
Ainda de acordo com Chamati, os fundamentos do mercado de criptomoedas são os principais catalisadores de seu valor, já que o uso da tecnologia blockchain e da tokenização deve avançar ainda mais nos próximos anos.
"Hoje, a aplicabilidade da tecnologia me traz as criptomoedas nativas, os ativos tokenizados, as stablecoins, os tokens de gaming, de DeFi. Começa a ter uma pluralidade de uso da tecnologia de blockchain e desses criptoativos em utilidades diferentes do que só a criptomoeda em si e potencialmente a evolução da tecnologia que ela pode sugerir", apontou.
Apesar disso, ele alerta que os investidores não devem pensar nos criptoativos como um 'bilhete de loteria' e sim como uma tecnologia que busca atender a demandas da sociedade e isso incentiva seu valor a subir.
"Eu não quero que nenhum cliente ache que vai ficar milionário, vai vender a casa e comprar criptomoedas esperando que elas se valorizem. Eu quero que ele entenda a tecnologia, a teoria de portfólio, por mais complexo que seja, e que entenda qual é o nível de risco dele e consequentemente qual é a porcentagem do patrimônio ele deve alocar em criptomoedas. Nós geralmente falamos em 5%, 10%, 20% para um investidor agressivo", destaca.
4 criptomoedas que ele está de olho
Nesta linha de proposta de valor e de potencial tecnológico, Chamati indicou 4 criptomoedas, além do Bitcoin, que ele está de olho devido ao potencial das plataformas enquanto projeto.
A primeira criptomoeda na lista do executivo é a Merit Circle (MC) que é uma organização autônoma descentralizada (DAO) que investe em jogos para ganhar e utiliza os ativos NFT do DAO emprestando aos jogadores. Por meio de colaboração, educação e ferramentas, os jogadores podem aumentar seus ganhos no jogo.
"É um blockchain gaming e os donos dos tokens tomam as decisões do que vai ser desenvolvido ou criado, para onde o jogo vai ser desenvolvido. Esse token dá acesso ao jogo e permite participar como tomador de decisão. Chama muita atenção porque junta o blockchain gaming com a organização descentralizada da DAO", declarou o executivo.
Além do MC, outra criptomoeda no radar do cofundador do Mercado Bitcoin é a Stellar (XLM), um blockchain muito usado para tokenização, pagamentos e emissão de stablecoins.
"A USDC, a stablecoin de dólar mais famosa e usada no mundo, era emitida apenas em Ethereum e passou a ser emitida também na rede Stellar", aponta.
GODS e IMX
Em terceiro lugar na lista do executivo está o Gods, token nativo do game de metaverso, Gods Unchained, e que permite o pagamento de recompensas e outras atividades dentro do game.
"Outro bacana é o token chamado Gods. É um token de gaming também, que replica o modelo de jogo de cartas de RPG que ficou muito famoso nos anos 90 e 2000. É a mesma lógica, as cartas são os tokens e eu preciso deles para poder jogar", destacou.
A última criptomoeda na lista de Chamati é o IMX, criptomoeda nativa da rede Immutable X que é um projeto de blockchain de camada 2 voltado ao Ethereum e que busca, principalmente, oferecer soluções de dimensionamento para NFTs na rede ETH.
"Já o IMX é um token que visa dar escalabilidade dentro da rede Ethereum. Eles estão criando o que chamamos de segunda camada dentro do ETH para ser utilizada para dar escala e baixo custo na emissão de NFTs", apontou.
Segundo ele, estas criptomoedas são exemplos bem diferentes que exemplificam como os tokens tem utilidades bem diferentes, cada token com sua aplicabilidade e função.
"Isso ajuda a explicar muito como a utilização de criptos e tokens está se desmembrando em vários tipos de utilidades diferentes. E eles começam a ficar menos correlacionados entre eles do que era no passado, quando o Bitcoin caía e todas as criptomoedas caiam juntas. Ainda existe essa correlação e é positiva, mas com o tempo vai ser cada vez menor", disse.
LEIA MAIS