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Martin YoungMartin Young

Membros do Congresso dos EUA pressionam Nancy Pelosi por alteração em projeto de infraestura

A congressista Anna Eshoo quer que a Presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi altere a vaga definição de “corretor” da polêmica cláusula que impõe a apresentação de relatórios de impostos sobre criptomoedas prevista no projeto de lei de infraestrutura dos EUA aprovado pelo Senado.

Membros do Congresso dos EUA pressionam Nancy Pelosi por alteração em projeto de infraestura
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Uma congressista californiana escreveu à Presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi expressando preocupação com a polêmica cláusula do projeto de lei de infraestrutura dos EUA que exige a apresentação de relatórios sobre movimentações de criptomoedas para fins tributários.

Anna Eshoo, que representa o 18º Distrito Congressional da Califórnia, escreveu uma carta para a porta-voz do Partido Democrata na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em 12 de agosto.

Ela pediu a Pelosi que alterasse a definição de "corretor" de criptomoedas no controverso projeto de infraestrutura aprovado pelo Senado. Na carta, Eshoo afirma que mineradores, validadores e desenvolvedores seriam incapazes de cumprir os requisitos de apresentação de relatórios para fins de tributação de criptomoedas previstos no texto final do projeto.

Hoje, instei a presidente da Câmara, Pelosi, a alterar a definição de corretor de criptomoedas no projeto de lei de infraestrutura do Senado.

A legislação impõe novos requisitos a mineradores, validadores e desenvolvedores de carteiras, requisitos estes que eles não seriam capazes de cumprir. #DontKillCrypto

Acréscimos de última hora ao acordo bipartidário de infraestrutura abriram caminho para uma tributação mais ampla sobre o setor de criptomoedas, visando levantar uma receita adicional de US$ 28 bilhões. Além disso, a proposta exige a apresentação de relatórios sobre atividades de terceiros a qualquer empresa ou organização da indústria de criptomoedas que se enquadre na polêmica definição de "corretor", segundo o texto do projeto.

A contestada lei obriga àqueles a quem define como "corretores" de relatar certas transações à Receita Federal dos EUA. Por exemplo, "qualquer pessoa que (por consideração) é responsável por oferecer regularmente qualquer serviço que efetue transferências de ativos digitais em nome de outra pessoa."

Eshoo se junta a vários outros legisladores dos EUA, como os senadores Pat Toomey, Cynthia Lummis e Ron Wyden, ao afirmar que mineradores, stakers, validadores, desenvolvedores de software e fabricantes de hardware não devem ser enquadrados em tal categoria, conforme prevê a ampla denominação de "corretor" que consta do projeto. Na carta, ela afirmou:

“No sistema descentralizado das criptomoedas, esses indivíduos e entidades não sabem quem são compradores e vendedores e não poderiam cumprir os requisitos impostos aos corretores.”

Relacionada: Projeto de infraestrutura é aprovado no Senado dos EUA, com imposições ao setor das criptomoedas

A redação do projeto de lei ainda não está finalizada, pois o texto ainda precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados dos EUA para então ser sancionado pelo presidente Joe Biden. Vários outros membros da Câmara também já pediram mudanças.

O congressista Tom Emmer, que introduziu a Lei de Clareza de Segurança em meados de julho, ao lado de seus co-presidentes na comissão bipartidária de Blockchain da Câmara, distribuiu uma carta aos deputados na segunda-feira pedindo modificações na redação do projeto.

“A declaração de impostos sobre criptomoedas é importante, mas deve ser feita corretamente. Devemos priorizar a alteração desta denominação para isentar claramente os intermediários não custodiais das blockchains, garantindo que as liberdades civis sejam presevadas.”

Eshoo está de acordo e afirma que a evasão fiscal deve ser obstruída, antes de acrescentar que "a Câmara deve alterar o projeto de lei para atender a essa meta sem sufocar a inovação em uma indústria nascente, impondo regulamentações impraticáveis."

Em 10 de agosto, o projeto foi aprovado sem a inclusão de quaisquer emendas, depois que um único senador se opôs às propostas que estavam sendo consideradas.

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