Os estrategistas de mercado JPMorgan publicaram um novo relatório no qual revisaram suas previsões para o preço do Bitcoin (BTC), declarando que é uma ilusão acreditar que a maior criptomoeda do mercado irá chegar a US$ 100 mil, pelo menos na configuração atual do mercado.
Segundo os analistas, nesta nova revisão sobre o Bitcoin, sua natureza volátil de expansão impedirá sua ampla adoção por investidores institucionais como um hedge para proteção contra a inflação e, com isso, dificilmente o BTC conseguirá se equiparar com o ouro.
Portanto, de acordo com os especialistas do JPMorgan o preço 'justo' para o Bitcoin seria US$ 38 mil, não mais que isso no momento.
“Nossa projeção anterior de que a taxa de volatilidade do Bitcoin para o ouro cairá para cerca de 2x no final deste ano parece irreal. Nosso valor justo de mercado para o BTC com base na taxa de volatilidade do Bitcoin para o ouro de cerca de 4x seria 1/4 de US$ 150.000, ou US$ 38.000…O maior desafio para o Bitcoin daqui para frente é sua volatilidade e os ciclos de alta e baixa que impedem a adoção institucional”, destacaram.
Além disso os estrategistas do banco declararam que o Bitcoin pode cair ainda mais no curto prazo, pois o gráfico de preço da principal criptomoeda do mercado não dá qualquer sinal de que sua correção atual acabou.
“O interesse aberto nos contratos futuros e a quantidade de Bitcoin ou Ether mantido nas exchanges estão apontando para um desenrolar menos apavorado ou abrupto de posições do que em maio passado, em particular no que diz respeito a grandes investidores em criptomoedas.Por sua vez, isso implica que as correções deste mês se parecem menos com a capitulação em relação a maio passado", apontam
Goldman Sachs
Na mesma linha do JP Morgan os analistas do Goldman Sachs tambem estão pessimistas com a recente correção no valor do Bitcoin e acreditam que ela pode afastar mais investidores e que agora, mesmo uma adoção generalizada de Bitcoin e criptoativos pode não ser tão otimista quanto a maioria dos investidores acredita.
Nesta linha os estrategistas dizem à que, à medida que a adoção do Bitcoin e de outras criptomoedas aumenta, seu preço começa a se correlacionar cada vez mais com outros ativos tradicionais, como petróleo bruto, ações de tecnologia e dólar americano.
E, portanto, segundo os analistas, uma vez que as criptomoedas começam a se correlacionar com os mercados tradicionais elas deixam de ser um atrativo interessante para a diversificação de um portifólio.
“A adoção convencional pode ser uma faca de dois gumes. Embora possa aumentar as avaliações, provavelmente também aumentará as correlações com outras variáveis do mercado financeiro, reduzindo o benefício de diversificação de manter a classe de ativos.”, aponta.
Ainda segundo os analistas a recente queda de 50% no preço do Bitcoin demonstra que o BTC está cada vez mais correlacionado com o mercado de ações ou com a força do dólar americano e também sujeito as políticas macroeconômicas e, portanto, não conseguindo escapar da influência da política monetária.
“Com o tempo, o desenvolvimento adicional da tecnologia blockchain, incluindo aplicativos no metaverso, pode fornecer um vento a favor secular para as avaliações de certos ativos digitais. Mas esses ativos não estarão imunes às forças macroeconômicas, incluindo o aperto monetário do banco central”, finaliza.
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