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Cassio GussonCassio Gusson

Grupo Bitcoin Banco tenta barrar cobertura da imprensa mas tem pedido de liminar negado pela Justiça

O Grupo Bitcoin Banco perdeu na justiça um processo que buscava censurar notícias contra empresas do grupo

Grupo Bitcoin Banco tenta barrar cobertura da imprensa mas tem pedido de liminar negado pela Justiça

O grupo Bitcoin Banco teve negada pela Justiça, a tutela antecipada, "em todas as suas vertentes", de uma tentativa de barrar publicação de reportagem do site "Portal do Bicoin" que comparava a opção do GBB de sugerir aos clientes saques com uma criptomoeda própria da empresa com a mesma estratégia adotada pelo suposto esquema de pirâmide financeira MinerWorld. A decisão contrária a petição do GBB foi publicada dia 7 de junho.

Na decisão, o Juiz de Direito, Alexandre Bucci, alega que o GBB precisa "respeitar o jogo democrático e as críticas inerentes à atuação em mercado específico". A decisão diz respeito a negativa da Tutela Antecipada, porém não significa a extinsão do processou ou a vitória do veículo de imprensa. Agora, a partir da negativa, o Portal do Bitocin, terá que apresentar advogado e se defender no processo.

Uma audiência de conciliação prévia será determinada pelo Juiz para que o processo siga as regras do "procedimento comum", de acordo com a decisão.

"Não se pode compactuar com providências de retirada de reportagens, que, em termos práticos, ostentam efeito análogo à uma descabida e reprovável censura prévia, sendo livre a manifestação do pensamento e a exposição de ideias, ainda que seja possível a posteriori a apuração de eventuais danos se for o caso", diz a decisão.

Na petição inicial, o Bitcoin Banco pedia que fosse aplicada ao Portal do Bitcoin uma multa diária de R$ 10 mil e que o Portal se "abstenham imediatamente de publicar notícias que relacionem o nome da empresa Autora, e de suas coligadas, à empresa Minerword, bem como qualquer outra notícia desprovida de provas e que denigra o nome da empresa".

Além disso, pedia a retirada "de seus sítios eletrônicos qualquer reportagem que vincule a imagem da empresa Autora, ou qualquer uma de suas coligadas, à empresa Minerword, sob pena de aplicação de multa diária" e a publicação de "uma nota de retratação, esclarecendo aos consumidores a desvinculação entre a empresa Autora e a Minerword".

No entanto apesar dos pedidos e de protocoloar uma petição de mais de 35 páginas, o Grupo Bitcon Banco não teve nenhum pedido atendido pela Justiça.

"Assim sendo, indeferida a tutela antecipada, em todas suas vertentes, não se cogitando de reconsideração por parte deste Juízo quanto ao tema,", conclui a decisão.

Como o Cointelegraph noticiou o Grupo Bitcoin Banco vem enfrendo diversos processos judiciais por conta de atraso nos saques nas plataformas do grupo. Recentemente o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 726.630,27 em contas bancárias ligadas ao Grupo. 

A decisão foi publicada no dia 05 de junho, no Diário Oficial do Estado de São Paulo. A decisão é de 1ª instância e cabe recurso.

Em nota enviada sobre o bloqueio das contas o GBB destacou que:

"nunca negou atendimento a seus usuários, priorizando sempre o bom relacionamento. Mesmo diante dos ataques lançados contra a plataforma, a equipe primou pela excelência no atendimento e pela resolução de conflitos. A direção do GBB também tem estado sempre à disposição para atender seus clientes e promover solução a todas as situações levantadas por aqueles que nele confiam seus investimentos.  Além disso, o GBB já está atuando fortemente para solucionar a questão levada a juízo, e não medirá esforços para corrigir qualquer equívoco que eventualmente tenha sido vivido pelo cliente"