Um dos maiores bancos do mundo, o JPMorgan Chase, foi contratado pela 2TM, controladora do Mercado Bitcoin, para atuar como assessor da empresa na venda do conglomerado brasileiro para a Coinbase, segundo informou a Bloomberg. Procurados, JPMorgan, Coinbase e MB não quiseram comentar a publicação.
Fontes ouvidas pelo Cointelegraph Brasil afirmaram que a compra da 2TM pela Coinbase já está avançada e que inclusive alguns funcionários de cargos mais elevados na empresa já estão sendo informados da aquisição.
No entanto o MB teria sido pego de surpresa com a divulgação antecipada da negociação que ocorria em segredo dentro da empresa.
Se confirmada a informação da contratação do JPMorgan esta não seria a primeira vez que o grupo que controla a exchange teria buscado auxilio do banco. Em abril do ano passado a exchange também teria contratado o JPMorgan para auxiliar a empresa em uma possível abertura de IPO, propota descartada depois que o MB recebeu diversos aportes de investidores.
A aquisição da 2TM holding pela Coinbase, envolveria também a compra das empresas Meubank, MB Digital Assets, CriptoLoja, Bitrust, Blockchain Academy, MezaPro, Wuzu e Portal do Bitcoin.
A venda do grupo 2TM para a Coinbase pode entrar na história como uma das maiores vendas de empresas brasileiras. Como os possíveis valores da aquisição não foram divulgados especialistas especulam que a Coinbase desenbolsaria mais de R$ 13 bilhões na compra já que somente o MB está avaliado em mais de US$ 2.2 bilhões.
Caso isso ocorra a venda irá superar a compra de 49,9% da XP pelo Itaú Unibanco que em 2017 foi acercada por R$ 6,3 bilhões. O negócio entre MB e Coinbase só seria superado pela aquisição, em 2018, da Suzano que pagou mais de R$ 29 bilhões para se tornar a controladora da Fibria, empresa do mercado de celulose.
Mercado Bitcoin e Coinbase
Embora não tenha confirmado a compra da 2TM, recentemente, sem citar detalhes de seu plano de expansão, a Coinbase declarou publicamente que o Brasil é peça chave em sua expansão para a Amércia Latina.
"O Brasil é um importante centro de tecnologia para a expansão global da Coinbase, por isso precisamos de uma equipe global de engenharia que reflita nosso objetivo de aumentar a liberdade econômica em todo o mundo. A criptomoeda é uma ótima oportunidade para fornecer acesso de maneira eficiente e transparente ao capital. Acreditamos que alguns dos melhores talentos de engenharia estão na América Latina e estamos animados para crescer no Brasil”, declarou Marcello Azambuja, Diretor de Engenharia e Tecnologia da Coinbase.
No entanto, antes da Coinbase, quem comprou parte do Mercado Bitcoin foi o Mercado Livre que adquiriu, em janeiro deste ano, participação no Grupo 2TM. O valor dos investimentos não foram divulgados.
“Estamos empolgados pelo Mercado Livre juntar-se à 2TM e Mercado Bitcoin como acionista. Como um ator importante nas indústrias de tecnologia e serviços financeiros da América Latina, o Mercado Livre pode ter um impacto significativo no desenvolvimento futuro de criptomoedas e blockchain na região, e estamos entusiasmados em explorar e trabalhar de maneira próxima com a empresa para essa finalidade no futuro”, disse na época Daniel Cunha, vice-presidente executivo de Desenvolvimento Corporativo do Grupo 2TM.
Caso seja efetivado a compra a Coinbase seria a primeira exchange global de criptomoeda a ter conexões com o desenvolvimento de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC) já que o Mercado Bitcoin teve seu caso de uso para o Real Digital selecionado pelo Banco Central do Brasil.
Além do MB, entre as empresas de criptomoedas, o protocolo de DeFi Aave também foi selecionado e a ConsenSys em parceria com a Visa e Microsoft.
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