Depois da aprovação das reforma da previdência, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, não esconde que seu principal objetivo no governo ainda é aprovar novas reformas, especialmente a tributária e a administrativa.

Um dos principais bancos do mundo, porém, o estadunidense JP Morgan, está cético quanto à aprovação das reformas neste ano, como confirma um relatório publicado pelo banco na última segunda-feira. Apesar de otimista, o JP Morgan não acredita na aprovação neste ano:

 “A reforma tributária retorna aos holofotes, mas continuamos céticos. Reconhecemos que a discussão é bem-vinda e poderia melhorar a narrativa de curto prazo, afastando o foco do risco fiscal, que permanece alto”

Em plena pandemia de coronavírus, com 80.000 mortos e milhões de desempregados, Paulo Guedes não mudou sua agenda. Sem mexer em privilégios, ele segue no xadrez de fortalecer o sistema financeiro e o empresariado, e ultimamente também ameaça inclusive tirar investimentos de uma das áreas mais ineficientes do governo Bolsonaro: a educação.

Apesar da reforma da previdência não ter demonstrado ainda seus supostos efeitos "benéficos" para a economia brasileira, o ministro segue oferecendo uma só resposta para todos os males econômicos do país: reformas.

Criticado dentro e fora do governo, Guedes chegou a dizer na última semana que se o congresso barrasse as reformas, teria de sair do governo. Depois, desmentiu-se.

O texto da reforma trabalhista deve ser enviado ao congresso nesta terça-feira, em meio a discussões sobre a criação de novos impostos, inclusive um que incidiria sobre transações digitais e poderia taxar criptomoedas e o Bitcoin.

O relatório do JP Morgan também comenta:

“Dada a resistência a novos impostos no Congresso, o governo não mostra sinais de introdução de um imposto sobre transações eletrônicas no momento, mas Guedes sugere que isso pode ser incluído em uma reforma futura mais ampla que também inclua impostos sobre dividendos”

O JP Morgan também reforaça a decepção com os indicadores econômicos do Brasil, com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central crescendo apenas 1,3%, contra a previsão de 3,5% do banco norte-americano.

Por outro lado, nem só de notícias ruins é feito o relatório do JP Morgan. Ele também observa que os indicadores de confiança têm melhorado, apesar da confiança do consumidor e de serviços ainda não ter restabelecido os patamares anteriores à crise, que está longe de acabar.

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