Publicação do jornal O Estado de S.Paulo desta segunda-feira (23) mostra a vida de luxo de Philip Han, dono da FX Trading, empresa que, como Cointelegraph Brasil mostrou recentemente, é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Polícia Federal por suspeita de fraude financeira.

A matéria do Estadão traça o perfil do empresário: “Carros de luxo, viagens internacionais em primeira classe, roupas de grife e um medalhão de ouro 24 quilates com o símbolo de um Bitcoin”.

Todo esse patrimônio, porém, é hoje objeto das investigações da Polícia Federal e representantes da Procuradoria da Fazenda, além da CVM. 

Segundo a Polícia, Han passou por outros negócios que também entraram no radar da CVM e investigados pela polícia por prática de crime contra a economia popular, como WCM777, Mr. Link e iFreex.

A polícia defende que a iFreex teria servido como laboratório para a FX Trading. Han era um dos sócios da empresa, registrada em um paraíso fiscal, que chegou a reunir cerca de mil investidores e causado prejuízos de até R$ 600 mil no investimento.

Recentemente, como dono da empresa de investimentos FX Trading, hoje proibida de operar, Han prometia 1,5% de lucro ao dia para investidores a partir da compra e venda de criptomoedas

Segundo a empresa, a alta lucratividade era garantida por bots de negociação.

Apoiada no chamado “marketing multinível”, a empresa de Han teria construído seu patrimônio “ostentação”, como define o Estadão, entrando na mira da CVM por atuação irregular no mercado de capitais.

A matéria relata uma convenção da FX Trading na casa de espetáculos Credicard Hall, em São Paulo, reunindo 7 mil pessoas. Entre diversos entrevistados pela reportagem, um deles chega a dizer que a mágica do negócio estaria na “simplicidade”.

Em vídeo, Han aparece dizendo:

“Estamos falando do multinível, que é uma indústria de US$ 800 bilhões. Se você não conseguir US$ 50 mil por dia, você é um fracassado.”

Segundo a matéria, poucos dias depois do evento a FX Trading foi proibida de operar pela CVM devido à sua atuação ilegal no mercado, com pena de R$ 1 mil ao dia. O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil investigam o caso.

Logo após a proibição e posterior encerramento da captação, Han teria reunido um grupo seleto de participantes em Alphaville, na grande São Paulo, quando teria dado pistas sobre o seus planos. Segundo o Estadão, o objetivo era acalmar os investidores. 

“O Han ainda vai montar uma empresa ‘legal’, sem multinível, para captar investimento e supostamente pagar os prejudicados na FX”, teria dito uma das lideranças, sem se identificar.

Segundo o Estadão, a reportagem tentou ouvir Philip Han por 60 dias, mas por meio da assessoria de imprensa ele informou que seus advogados entrariam em contato, o que posteriormente não se concretizou.