Uma investidora do interior de São Paulo relatou que perdeu cerca de R$ 91 mil, na suposta pirâmide financeira, GenBit, que prometia rendimentos garantidos com operações em Bitcoin. O valor, segundo o relato publicado em 21 de janeiro pelo portal UOL, que seria todo o dinheiro guardado na poupança pela sua família. Agora, sem dinheiro e precisando de tratamento de saúde a investidora não sabe como fazer.
De acordo com a reportagem, Gilmara Carcetti dos Santos, 53, moradora de Carapicuíba, no interior de São Paulo, resolveu investir na GenBit quando foi abordada por uma amiga da família que falou que era evangélica e que a empresa garantir retorno de até 15% ao mês sobre os investimentos.
"Em abril do ano passado, uma amiga da família foi até a minha casa e conversou com meu pai, um aposentado de 78 anos, sobre investimento em bitcoins. Escutei o papo e fiquei interessada (...) A amiga contou que havia investido na corretora GenBit e que a empresa estava pagando até 15% ao mês em cima do capital aportado pela pessoa, sem atrasos. Achei que seria um bom negócio, pois poderia usar parte do rendimento para arcar com os R$ 2.600 do meu tratamento de saúde. Fiquei desconfiada até que fizemos uma reunião com diretores da GenBit e eles fizeram questão de salientar que eram evangélicos. Como também sou evangélica, achei que isso seria um tipo de 'selo de qualidade' e acreditei ainda mais na ideia. Hoje, no entanto, vejo que só usaram a religião para enganar a mim e aos outros", revelou ao UOL.
Santos, destacou que antes da GenBit só tinha investido em poupança e no 'overnight' (um tipo de aplicação na época da hiperinflação no Brasil), e que animada com as promessas de rendimento e, junto com a família investiu cerca de R$ 131 mil reais.
"Peguei R$ 26.250 do meu pai, que ganha aposentadoria de R$ 1.700 por mês e havia guardado esse dinheiro ao longo de anos (...) Depois, meu marido entrou com R$ 26.250, meu irmão com outros R$ 26.250 e meu pai com mais R$ 26.250. A promessa era de que eu receberia cerca de R$ 4.000 por mês ao longo de três anos. As primeiras parcelas foram depositadas, e eu fiquei empolgada. Acabei pegando um empréstimo no banco e investi mais R$ 26.250 na empresa. O total investido pela minha família foi de R$ 131.250. Só recebemos R$ 40 mil", afirma.
Agora, sem o dinheiro guardado pela família, Gilmara revela que toda a situação agravou ainda mais seu problema de saúde (ela tem doença de Behçet e hipertensão intracraniana).
"Meu médico disse que a hipertensão intracraniana piorou e que, para não ficar cega, terei que passar por um procedimento para retirar líquido do meu cérebro. Por causa de todo esse estresse, resolvi mover uma ação contra a empresa, pedindo não só reparação pelos danos materiais, mas também pelos danos morais", desabafou.
Como vem noticiando o Cointelegraph, a GenBit é acusada de ser uma pirâmide financeira e já tinha sido proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que afirmou que a empresa não tinha autorização para operar no mercado nacional oferecendo pacotes de investimento.
Além disso, o Ministério Público também ajuizou uma ação contra a empresa e seus sócios alegando crimes contra a economia popular e pedindo bloqueio judicial de R$ 1 bilhão. Até o momento o bloqueio não foi autorizado.
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