Os ETFs de Ethereum não repetiram o sucesso dos ETFs de Bitcoin e, consequentemente, não tiveram o impacto esperado pelos analistas no preço do Ether (ETH), mas os investidores institucionais ainda acreditam no potencial da segunda maior criptomoeda do mercado, aponta uma análise da Modular Crypto.
Atualmente, os ativos sob gestão nos ETFs de Ethereum somam US$ 8,67 bilhões, de acordo com dados do CoinMarketCap, e representam apenas 7,6% do total de US$ 113,95 bilhões investidos nos ETFs de Bitcoin.
Total de ativos sob gestão em ETFs de Bitcoin e Ethereum. Fonte: CoinMarketCap
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A proporção é equivalente à participação do Ether na capitalização total do mercado de criptomoedas, mas, antes do lançamento dos ETFs, analistas projetavam que ela poderia ficar no mínimo entre 10% e 15%, impactando positivamente o preço do ativo.
Em 23 de julho, quando os ETFs foram listados nos Estados Unidos, o preço do Ether fechou cotado a US$ 3.482. Desde então, acumula perdas de 44%. A título de comparação, o preço do Bitcoin (BTC) mais do que dobrou após o lançamento dos ETFs.
Gráfico diário ETH/USDT desde o lançamento dos ETFs de Ethereum nos EUA. Fonte: TradingView
Investidores institucionais estão investidos em ETFs de Ethereum
O estudo da Modular Crypto, assinado por Gino Matos, revela que, apesar de os ETFs de Ethereum nos EUA terem captado somas significativamente menores do que os similares de Bitcoin, sem causar um impacto positivo no preço do ativo, há um nicho de investidores institucionais alocados no Ether.
Os family offices, que são escritórios de gestão de patrimônio mais flexíveis em sua abordagem dos mercados e normalmente menores do que grandes fundos de investimento, possuem uma exposição proporcionalmente maior ao Ethereum (0,62% do AUM dos ETFs de ETH, cerca de 25% do portfólio de cripto desses investidores) do que ao Bitcoin.
Segundo a análise, isso sinaliza uma maior disposição dessa classe de investidores em se expor a ativos de maior risco na busca por maiores retornos, apesar do fracasso da estratégia até então.
Fundos de hedge e RIAs (gestores de investimentos registrados) detêm US$ 1,74 bilhão e US$ 2 bilhões em ETH, respectivamente, porém com uma participação proporcional relativamente menor em seus investimentos totais em criptomoedas, variando entre 4,5% e 5,8% de seus portfólios.
A análise também mostra que algumas instituições financeiras tradicionais, como Goldman Sachs e Jane Street, estão significativamente expostas tanto a ETFs de Bitcoin quanto de Ethereum, mas há investidores institucionais alocados exclusivamente no Ether nesse segmento.
Empresas como Elequin, HBK Investments e Almitas Capital figuram apenas entre os principais detentores de produtos de investimento em Ethereum. Entre os institucionais, os ETFs de Ether têm atraído um perfil de investidor mais diversificado e menos concentrado do que os fundos de Bitcoin, que englobam majoritariamente grandes gestores como Millennium Management e Brevan Howard.
No entanto, a análise conclui que o desempenho decepcionante do Ether pode limitar o interesse desses investidores institucionais no futuro. Embora a Ethereum seja líder em segmentos do mercado em evidência, como tokenização de ativos do mundo real (RWA) e stablecoins, se o preço do Ether não reagir, há risco de que esses investidores institucionais abandonem o ativo.
Analistas apontam que o momento de recuperação do preço do Ether pode estar próximo. Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o par ETH/BTC está muito próximo de um nível chave que no passado antecipou uma alta de 450% do preço do Ether.