O ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, revelou em um livro de memórias publicado recentemente que foi armado até o Supremo Tribunal Federal (STF) para matar o Ministro Gilmar Mendes por, segundo ele, ter divulgado histórias mentirosas sobre sua filha.

O caso começou em 2017, na esteira das investigações da Lava Jato quando Janot pediu o impedimento de Gilmar Mendes na análise de um habeas corpus do empresário Eike Batista que finha sendo investigado na Lava Jato. Batista, também em investigação de crimes de corrupção foi preso este ano acusado, entre outros, de usar o nome da mulher para lavar dinheiro usando Bitcoin.

Em 2017 Janot disse que Mendes não poderia julgar o caso pois sua mulher, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário. Gilmar Mendes então responde que a filha de Janot – Letícia Ladeira Monteiro de Barros – advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)

Por este serviço, segundo o Ministro, a filha do ex-PGR poderia na época “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato” e portanto Janot que não poderia participar das investigções.

Fato que, como revela Janot agora, despertou a ira do então Procurador Geral que declarou.

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão (...) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério”, afirmou o ex-procurador-geral.

Janot declarou então que foi ao Supremo armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho”, disse. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção.

“Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)”, relatou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo”. reforlou sobre não ter cometido o ato. Janot declarou também que a intenção era, após matar o Ministro, cometer suicídio.

As investigações da lava jato tem revelado diversas facetas da política e das relações de poder no Brasil e praticamente de tudo já foi visto, desde a prisão de um presidente, até hackers que teriam sido pagos com Bitcoin para invadir redes sociais de autoridades ligadas a operação.

Como noticiou o Cointelegraph, recentemente a Polícia Federal, prendeu o programador de computadores Thiago Eliezer Martins e  Luiz Molição, amigo do hacker Walter Delgatti Neto.

Eliezer, é chamado de o "quinto elemento" e a polícia suspeita que ele seja a ligação entre o hacker e o suposto pagamento com Bitcoin pelas invasões, que, segundo a PF, pode ter sido feito em Bitcoin. Além disso Eliezer também é programado e seria o 'professor' de Delgatti Neto, considerado 'amador' entre hackers.

O 'professor' também teria encontrado Netto em Brasília, ainda em 2018, e teria ajudado o hacker a comprar dólares em uma casa de câmbio e também teria vendido uma Land Rover de R$ 400 mil para "Vermelho", como é apelidado o hacker.