Cointelegraph
CointelegraphCointelegraph

Policiais federais vêem 'indícios de irregularidade' na BWA, comandada por empresário sequestrado pela polícia

Maior entidade de funcionários da PF, Fenapef divulga comunicado cobrando investigação contra policiais envolvidos em suposto crime de extorsão mediante sequestro

Policiais federais vêem 'indícios de irregularidade' na BWA, comandada por empresário sequestrado pela polícia
Notícias

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou comunicado oficial em que afirma que há "indícios de que a BWA tenha cometido irregularidades” e cobrando investigação contra policiais envolvidos no caso de extorsão e sequestro contra o dono da empresa.

A BWA é comandada pelo empresário sequestrado por policiais recentemente a mando do investidor Guilherme Aire dos Santos.

A Fenapef, maior entidade da Polícia Federal com 14 mil filiados, cobra investigação sobre o envolvimento do ex-diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e do ex-delegado Edmílson Pereira Bruno, em negociação com policiais civis e militares investigados pelo sequestro.

Diz a entidade, em nota oficial:

“A empresa de Bitcoins que contratou Daiello e Bruno é suspeita de ter cometido irregularidades. (...) As relações entre os delegados e as empresas precisam ficar esclarecidas para que não restem dúvidas sobre a lisura e o caráter republicano que devem permeá-las (...) A entidade aguarda a completa apuração dos fatos, que ainda estão sob investigação."

O texto prossegue:

"O nome do órgão Polícia Federal não deve ser usado em ações de “consultoria” fora da instituição e dos limites éticos e legais."

O ex-delegado da PF Edmílson Pereira Bruno, por sua vez, enviou comunicado se manifestando sobre o assunto e sobre as acusações que pesam contra ele:

“Eu, Edmilson Pereira Bruno, atuo na análise e investigação de gestão de risco, para diversas empresas. No caso em questão, por ser ligado à empresa quando da ocorrência do fato e, tendo em vista o reconhecimento de minha expertise em investigação criminal, me foi solicitado a atuação investigativa privada, visando identificar os autores dos crimes relatados pelo empresário", diz o início do texto.

"Durante o transcurso do processo investigativo, em virtude da complexidade dos fatos e dificuldades encontradas é que solicitei o auxílio do advogado Leandro Daiello Coimbra. Quando concluída a investigação privada, os dados obtidos foram repassados aos advogados da empresa, para que pudessem informar às autoridades competentes do estado de São Paulo no sentido de complementar a representação criminal, feita anteriormente.”

Como noticiou o Cointelegraph, o ex-delegado da PF, que atua em favor do empresário de Bitcoin sequestrado por um grupo de policiais em São Paulo a mando de um ex-credor, disse à Corregedoria da Polícia Civil que os oficiais que realizaram a extorsão milionária contra a vítima, já gastaram o valor obtido com o crime.

Na última terça-feira (8), a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo indiciou 12 envolvidos na suposta extorsão do empresário do ramo de criptomoedas. Edmilson Bruno e Leandro Daiello não estão entre eles.