Basta que a ação de preço do Bitcoin (BTC) se estabilize durante a última semana de julho e a primeira de agosto para que o prolongado inverno cripto de 2022 tenha fim, afirmou o analista de mercado sênior da corretora Onada, Edward Moya em reportagem da Next Advisor publicada na semana passada.
"Wall Street está desfrutando de um sentimento positivo para os ativos risco, e isso é uma boa notícia para as criptomoedas", disse Moya. "O mercado de criptomoedas voltou a se mostrar atrativo para os investidores à medida que a economia norte-americana dá sinais de que está um pouco melhor, há uma expectativa de que o aperto monetário do Fed (Banco Central dos EUA) perca força gradualmente", completou o analista.
Moya faz referência à alta do mercado de ações na semana passada e a uma diminuição dos temores dos efeitos macroeconômicos sobre os mercados. Com a correlação em alta ao longo desse ano, espera-se que um aumento no S&P 500 e no Índice Nasdaq terá efeitos positivos sobre os preços das criptomoedas.
Embora alguns analistas ainda não descartem a formação de um novo fundo entre US$ 10.000 e US$ 14.000, invalidando aquele de US$ 17.622, registrado em 18 de junho, Moya diz que o retorno do interesse dos investidores institucionais pelas criptomoedas sugerem que, de fato, o pior já passou. Basta que o preço do Bitcoin se sustente acima de US$ 20.000 nos dias que se seguirem ao anúncio da taxa de juros dos EUA.
Um novo aumento é dado como certo pelo mercado e possivelmente já foi precificado. A menos que o número venha acima de 0,75%, o impacto não deve ser sentido pelos ativos de risco, diz o analista.
A impressão é compartilhada por Marcus Sotiriou, analista de mercado da corretora de ativos digitais GlobalBlock. "Quando o mercado começa a reagir positivamente a notícias negativas, este é um sinal de que um fundo local pode estar formado, pois o medo pode ter feito com que as más notícias já tenham sido precificadas", afirmou Sotiriou.
O estrategista sênior de commodities da Bloomberg, Mike McGlone, afirmou em uma postagem publicada no Twitter na segunda-feira, 25, que o Bitcoin pode realmente ter um desempenho superior a outras classes de ativos no segundo semestre deste ano.
#Bitcoin may be regaining its propensity to outperform in 2H. The long #commodity unwind, #copper's fastest decline since 2008 and the #bond future's recovery from the steepest dip vs. its 50-week mean since the 1987 stock crash, all coming amid an aggressive #FederalReserve pic.twitter.com/AFORcHzJhG
— Mike McGlone (@mikemcglone11) July 25, 2022
O #Bitcoin pode estar recuperando sua propensão a apresentar um desempenho superior no segundo semestre. A longa #commodity desenrola-se, o declínio mais rápido do #cobre desde 2008 e a recuperação dos futuros dos #bonds depois da queda mais acentuada em relação à média de 50 semanas desde a queda das ações de 1987, tudo isso acontecendo em meio a um #FederalReserve agressivo
— Mike McGlone (@mikemcglone11)
No texto que acompanha a postagem, McGlone acrescenta que “a visão do segundo semestre para o que podem ser mercados altistas duradouros para o Bitcoin e os futuros de títulos se resume ao fato de que eles simplesmente não ficarão muito mais frios.”
Referindo-se especificamente ao Bitcoin, o estrategista da Bloomberg ressaltou que o criptoativo “tem sido um dos cavalos mais rápidos do páreo desde que passou a existir, há cerca de uma década”.
McGlone ainda vislumbrou o aumento da importância do BTC para os sistemas financeiros globais, "principalmente porque o Bitcoin pode estar em transição para se tornar um ativo de garantia global, com um perfil mais alinhado com títulos do Tesouro ou ouro”.
Em uma postagem subsequente, McGlone destacou a diminuição da volatilidade do Bitcoin recentemente:
"A volatilidade mais baixa de todos os tempos do Bitcoin em relação ao Bloomberg Commodity Index (BCOM) pode pressagiar uma retomada da propensão da criptomoeda a superar o desempenho [das demais classes de ativos]. Nosso gráfico mostrando a trajetória ascendente alongada do preço do Bitcoin em relação ao BCOM é típico em comparação com a maioria dos ativos."
"Se a história servir de guia, a volatilidade do Bitcoin tem mais chances de se recuperar em relação às demais commodities, assim que o mercado de criptomoedas seguir em direção a novas máximas históricas", concluiu o estrategista da Bloomberg.
Às vésperas do anúncio da taxa de juros da economia norte-americana, o Bitcoin está lutando para manter o suporte de US$ 21.000, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. A maior criptomoeda do mercado opera em baixa intradiária de 1,9%, e está cotado a US$ 20.868, de acordo com dados do CoinGecko.
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