A União Europeia adotou seu 19º pacote de sanções contra a Rússia, introduzindo restrições a plataformas de criptomoedas pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia.

As medidas, adotadas na quinta-feira, proíbem provedores de pagamentos em criptomoedas baseados na Rússia e a distribuição de softwares de pagamento relacionados em todo o bloco. As sanções também têm como alvo empresas de energia, bancos e entidades da China, Quirguistão, Tajiquistão, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos, acusadas de ajudar Moscou a driblar restrições anteriores.

“Acabamos de adotar nosso 19º pacote de sanções”, disse Kaja Kallas, alta representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança. “Ele tem como alvo a energia, bancos, exchanges de criptomoedas e entidades russas e chinesas, entre outras. A UE também está regulando os deslocamentos de diplomatas russos para conter tentativas de desestabilização.”

19º pacote de sanções contra a Rússia. Fonte: Conselho Europeu

UE sanciona stablecoin A7A5 lastreada no rublo russo

De acordo com o Conselho Europeu, a Rússia tem recorrido cada vez mais a ativos digitais para contornar as sanções financeiras.

“Atividades recentes evidenciaram o uso crescente de criptomoedas pela Rússia para contornar as sanções”, afirmou o conselho na quinta-feira.

O pacote inclui uma proibição em todo o bloco da stablecoin A7A5 lastreada no rublo, que as autoridades europeias descreveram como “uma ferramenta importante para financiar atividades que apoiam a guerra de agressão”.

A medida inclui a proibição do emissor quirguiz da stablecoin e do operador de uma plataforma de ativos digitais não identificada onde “volumes significativos” de A7A5 eram negociados.

Pelo menos oito bancos e traders de petróleo do Tajiquistão, Quirguistão, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos também estão sujeitos a uma proibição de transações por contornar as sanções da UE.

A UE propôs o bloqueio de plataformas russas de criptomoedas em 19 de setembro, seguido de discussões para proibir a stablecoin A7A5.

Segundo a Reuters, empresas petrolíferas russas teriam usado criptomoedas como Bitcoin (BTC) e o USDt (USDT) da Tether para contornar as sanções, movimentando dezenas de milhões de dólares em pagamentos mensais.

Em julho, dois cidadãos russos residentes em Nova York foram acusados de facilitar pagamentos para entidades russas sancionadas.

Iurii Gugnin, também conhecido como George Goognin e Iurii Mashukov, foi acusado de 22 crimes, incluindo lavagem de mais de US$ 540 milhões por meio de suas empresas de criptomoedas, Evita Investments e Evita Pay.