Em 1º de abril de 2021, o OHM, moeda nativa do Olympus DAO começou a ser negociada no mercado com o preço inicial de US$ 412,86, dando início a um novo modelo de sustentabilidade para protocolos DeFi baseado no controle total sobre a própria liquidez. A proposta do OlympusDAO era romper com a dependência dos provedores de liquidez mercenários que se tornaram protagonistas da primeira geração das finanças descentralizadas (DeFi).
Se a ideia por si só parecia sensacional, no início a execução foi além das expectativas. Quatro semanas depois de seu lançamento, o OHM atingiu o preço recorde de US$ 1.415. Em novembro, a sua capitalização de mercado chegou à máxima histórica de US$ 4,3 bilhões, de acordo com dados do CoinGecko.
Assim, o OlympusDAO tornou-se o símbolo do que se convencionou chamar de DeFi 2.0 por ter introduzido um modelo inovador e, à primeira vista, eficaz para os recorrentes problemas de liquidez enfrentados até mesmo pelos mais bem sucedidos projetos de finanças descentralizadas.
Como é comum na indústria de criptomoedas, o sucesso do Olympus DAO motivou inúmeros desenvolvedores a copiarem-lhe o modelo e uma profusão de hard forks surgiu ao longo de 2021 espalhados por diferentes redes, mesmo depois que a queda repentina do OHM no final do ano sugerisse que poderia haver algo de errado com o modelo.
Cerca de quatro meses atrás, a capitalização de mercado dos quatro principais tokens de rebalanceamento de protocolos DeFi 2.0 somava quase US$ 8 bilhões. Hoje, soma apenas US$ 1,14 bilhão. Maior símbolo e precursor dessa categoria de tokens, na manhã desta terça-feira o OHM está cotado a US$ 24,17, mais de 99% abaixo da máxima histórica de US$ 1.415, de acordo com dados do CoinGecko. Sua capitalização de mercado reduziu-se a US$ 402,5 milhões.
Desempenho anual do OHM. Fonte: CoinGecko
Baseado na Avalanche e desenvolvido pelo eminente Daniele Sestagalli, o Wonderland (TIME) inicialmente apresentou-se como a confirmação do êxito do novo modelo de tokens de rebalanceamento.
Em 7 de novembro o TIME atingiu a máxima histórica de US$ 10.063. Três dias antes que a capitalização de mercado do OHM atingisse sua máxima histórica em 23 de novembro, a capitalização do TIME ultrapassou a marca de US$ 2 bilhões. Hoje o TIME está reduzido a uma cotação de US$ 111,28, 99% abaixo de sua máxima histórica, com uma capitalização de mercado de US$ 99,5 milhões.
Desempenho anual do TIME. Fonte: CoinGecko
Apesar do Wonderland ter replicado de forma praticamente idêntica a ação de preço do OHM, vale lembrar que o projeto esteve envolvido no centro de uma das maiores polêmicas da indústria de criptomoedas deste ano até agora.
No final de janeiro, um usuário pseudônimo do Twitter descobriu a identidade oculta do diretor financeiro do Wonderland e a revelou, causando comoção na comunidade cripto. Tratava-se de Michael Patryn, ex-cofundador da extinta exchange de criptomoedas canadense QuadrigaCX. Mais de US$ 145 milhões em fundos de clientes da exchange ainda estão desaparecidos desde a misteriosa morte de seu cofundador no final de 2018. Recentemente, o caso até virou filme, com produção da Netflix.
Os outros dois maiores tokens de rebalanceamento em termos de capitalização de mercado tiveram destinos semelhantes. O token do Redacted Cartel (BTRFLY) perdeu 95% em valor de mercado e o Klima Dao (KLIMA), 99,5%.
Apesar do aparente fracasso do experimento que levou o nome de DeFi 2.0, outros tokens de rebalanceamento baseados no OHM obtiveram ganhos de dois dígitos nas duas últimas semanas. Dados do CoinGecko revelam que os tokens de Midas DAO (CROWN), Dollars (USDX) e Spartacus (SPA) valorizaram 25%, 103% e 37%, respectivamente. No entanto, com exceção do Dollars, todos encontram-se mais de 95% abaixo de suas máximas históricas.
LEIA MAIS