A Embratel anunciou em 16 de abril um contrato com o Ministério da Saúde para efetuar a migração dos dados da rede pública de saúde para a nuvem e, segundo o comunicado, uma plataforma em blockchain será utilizada para garantir a segurança dos dados que serão migrados.

A Embratel já está transferindo os dados do DATASUS, departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil, para a nuvem e irá disponibilizá-los com segurança e estabilidade na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), projeto do Conecte SUS, um programa do Governo Federal para a digitalização das informações de saúde no Brasil

“A arquitetura em Nuvem da Embratel proporciona a migração de grandes volumes de dados com toda a segurança necessária, especialmente em relação a informações sensíveis e sigilosas”, explica Mário Rachid, Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel. O projeto é a materialização da estratégia de saúde digital planejada pelo Governo Federal nos últimos anos. O executivo destaca que todo o tráfego de dados será realizado via Blockchain para garantir a segurança das informações.

No Brasil, cerca de 50% das informações não são digitalizadas nos hospitais públicos de atenção primária, onde são feitos os atendimentos iniciais com objetivo de orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar alguns casos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento mais complexos. Na atenção especializada, cerca de 77% dos hospitais com mais de 50 leitos não têm prontuários eletrônicos.

Sem a digitalização, o compartilhamento dos dados para o DATASUS é feito ao final do mês por cada hospital de atenção primária, pela rede especializada e pelas farmácias populares. Uma vez implementado o novo sistema, tanto o envio dos dados pelos aparatos de saúde quanto o acesso serão facilitados, e as informações serão mantidas sempre atualizadas.

“Estamos pavimentando uma estrada para o fortalecimento da estratégia de Saúde Digital para o Brasil”, afirma Jacson Venâncio Barros, Diretor do DATASUS. 

Profissionais de saúde em estabelecimentos públicos pré-cadastrados e gestores municipais e estaduais terão acesso aos dados, além do próprio paciente, que poderá acessar o seu histórico médico por meio de aplicativo. O acesso seguirá todas as determinações de privacidade já previstas em legislações existentes e atenderá a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Informações como atendimentos ambulatoriais e de atenção primária, internações, medicamentos utilizados, exames realizados e vacinas somente serão compartilhadas com a autorização do paciente. 

“É muito pouco provável que algum outro País com a nossa dimensão e complexidade consiga trafegar, hoje, esse conjunto de dados”, afirma Rachid, da Embratel. O tráfego de informações como imagens de exames também está sendo considerado em uma nova fase do projeto.

Com os dados em Nuvem, os profissionais de saúde e de administração pública poderão fazer um acompanhamento maior de toda a cadeia de atendimento do paciente. A disponibilização possibilita a continuidade do cuidado aos pacientes, pois os médicos conseguirão ter uma linha do tempo dos tratamentos realizados. Isso amplia o espectro de visão sobre a saúde do cidadão por meio de um ambiente analítico, facilitando a tomada de decisão sobre cada caso.

 “A Embratel acredita no enorme potencial da tecnologia para auxiliar a administração pública e os atendimentos médicos. Estamos participando de um projeto de grandes proporções e que poderá servir de exemplo para outros Países que desejam digitalizar seus sistemas de saúde pública”, avalia Maria Teresa Lima, Diretora Executiva para Governo da Embratel.

O projeto com a Embratel faz parte de licitação vencida pela empresa para fornecimento de soluções, apoio técnico e treinamento de Computação em Nuvem para diversos órgãos do Governo Federal, incluindo o Ministério da Saúde, cuja migração de dados já é a maior inciativa em desenvolvimento atualmente.

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