A Embrapa no dia 05 de março, por meio de um comunicado encaminhado ao Cointelegraph, que uniu forças com a Bayer, gigante mundial do setor químico, o Banco Sicredi e as empresas Ourofino e OCP, para integrar o Agtech Garage, hub de inovação do agronegócio localizado em Piracicaba (SP) e que incentiva e promove o uso de novas tecnologias, como blockchain, para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil.

A cooperação foi formalizada durante o evento de apresentação das finalistas do Pontes para Inovação. Para o secretário de inovação da Embrapa, Daniel Trento, Piracicaba (SP) tornou-se um celeiro de startups do agro e “o Agtech Garage é um ponto de referência para dinamização do ecossistema de inovação”.  

“Como um hub, nosso papel é orquestrar o ecossistema e reunir todos os envolvidos no desenvolvimento de tecnologias para o agro, já que a inovação acontece de forma aberta e em rede. É fundamental termos a Embrapa dentro desta rede tanto gerando quanto captando valor”, avalia José Augusto Tome, CEO do Agtech Garage.

Para José Augusto, o propósito da Agtech “é alimentar os empreendedores que irão alimentar o mundo”. O executivo explica que alimentar o empreendedorismo passa por transferir conhecimento e capital, além de possibilitar conexões. “A Embrapa está muito alinhada com esse nosso propósito. Muitas perspectivas se abrem, tanto para a Embrapa, que passa a estar inserida em ambiente muito dinâmico, e próximo ao mercado, quanto para nós”, enfatiza.

“Trabalhar com startups e com inovação aberta é atuar na fronteira, e a Embrapa, que sempre esteve na fronteira, abre com essa parceria novas perspectivas de desenvolvimento de negócios, licenciamento de tecnologias e até de transformação cultural para a Empresa. Para a gente, a Embrapa adensa nossa rede de parceiros com mais conhecimento”, destaca o CEO da Agtech Garage.

O co-fundador da Agtech Garage e CEO da Agripoint, Marcelo Pereira de Carvalho, comenta que o hub em Piracicaba (SP) conecta startups e corporações e a presença da Embrapa fortalece a capacidade de gerar inovações e gera troca de conhecimentos mútuos. “Pesquisadores da Embrapa poderão estar mais alinhados com demandas do mercado e a gente vai entender melhor o que está sendo realizado na Embrapa”, diz.

“É fundamental termos uma empresa intensa em pesquisa no hub para termos no Brasil inovação real, quer dizer, produtos e serviços que serão utilizados pelo mercado”, complementa Marcelo. 

Durante o evento a Embrapa anunciou também  os onze finalistas da 3ª edição do Pontes para Inovação. As finalistas da chamada apresentaram seus modelos de negócio e diferenciais das tecnologias para potenciais investidores. Vencedores de nove desafios de inovação organizados por centros de pesquisa da Embrapa também fizeram pitches para o público que lotou o auditório e hall externo do Agtech Garage.

As onze finalistas, que entram em fase de negociação com investidores, são a Agritel (Londrina-PR / soluções para monitoramento de máquinas e operações agrícolas); Agrobee (Ribeirão Preto-SP / contratos de polinização); Agryo (Brasília-DF / financiamento agrário e empréstimos); Amipa (Uberlândia-MG / Associação de produtores de algodão); Bioin Food (Campinas-SP / desenvolvimento de leveduras comerciais e otimização de processos); BirdView (Botucatu-SP/ pulverização aérea e monitoramento de pragas); Busca Terra (Campinas-SP / informações sobre imóveis rurais); Da Natu (São Paulo-SP / sucos saudaveis e bebidas probióticas); DigiFarmz (Porto Alegre-RS / plataforma para manejo de doenças); Dominus Soli (São João da Boa Vista-SP / planejamento e monitoramento dos serviços de aplicação aérea de agroquímicos); e YLive Biotecnologia (São Paulo- SP / Probióticos para alimentação animal).

A Embrapa também destacou que vem pesquisando o uso de blockchain junto com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) por meio de um Acordo de Cooperação Técnica no qual as companhias usam um sistema em DLT para visando ampliar a competitividade, produtividade e a sustentabilidade da cadeia produtiva de cana-de-açúcar.

O líder do projeto Fábio César da Silva explicou que as soluções envolvem cuidados com o solo, organização e processamento de imagens das lavouras de cana-de-açúcar em nuvem e uma blockchain para cuidar da distribuição do produto de ponta a ponta – do produtor até o consumidor final.

“A introdução de novas tecnologias no setor agropecuário está mudando a face da agricultura tradicional e, por isso, estamos sentindo que só poderemos evoluir nessas tecnologias se estivermos trabalhando em sintonia com o produtor.” disse.