Apesar da recente queda do Bitcoin para US$ 60 mil, o BTC foi um dos ativos com melhor desempenho no primeiro semestre de 2024. Segundo os dados do Coingecko desta sexta, 28, a criptomoeda acumulou uma alta de 43,7% em dólar e 62,4% em real, consolidando-o como investimento com maior valorização frente à moeda americana, CDI e Ibovespa.

André Franco, head de Research do MB, explica que isso é resultado, dentre outros fatores, aos lançamentos de ETFs cripto nos Estados Unidos e aos avanços regulatórios, fatores que evidenciam o amadurecimento do setor e uma consequente maior adoção do BTC por parte de investidores de varejo.

“Eu vejo esse encerramento do semestre como um marco: o Bitcoin, mais uma vez, se destacou como um dos melhores ativos, o que evidencia que a teoria do mercado tradicional de que esse ativo não teria futuro está completamente desatualizada”, destaca o analista.

Franco destaca que o Ibovespa chegou ao último pregão do primeiro semestre de 2024 em queda acumulada de mais de 7%. Mesmo que a bolsa tenha subido em 8 das últimas 10 sessões, a perspectiva de um saldo negativo evidencia as perdas do mercado de ações neste período.

“A grande verdade é que se a gente olhar o período alongado da moeda, por meio da perspectiva de corte de juros, a tendência é que o bitcoin siga como principal ativo do mercado e em valorização pelos próximos dois semestres”, finaliza Franco.

Desempenho do Bitcoin na semana

Uma análise da Coinbase aponta nesta semana o desempenho recente do mercado de criptomoedas tem sido morno, principalmente devido à falta de catalisadores específicos no curto prazo. A exchange aponta ainda que embora a estreia dos ETFs spot de ETH possa ocorrer já na próxima semana, muitos investidores estão céticos quanto ao impacto positivo, esperando que o preço do ETH se mova em sintonia com o Bitcoin.

A exchange aponta que um dos fatores que têm influenciado negativamente o mercado é a venda de bitcoin pelos governos dos EUA e da Alemanha, além das saídas dos ETFs spot de Bitcoin nos EUA, que chegaram a uma sequência de US$ 1,1 bilhão até 25 de junho. Entretanto, o anúncio do Mt. Gox Rehabilitation Trust de que começará a reembolsar até 142 mil BTC na primeira semana de julho tem sido um dos principais motores dessa pressão de venda.

"A força do dólar americano ao longo do último mês também colocou pressão sobre o mercado de criptomoedas. O iene japonês, por exemplo, atingiu seu nível mais fraco em quase 40 anos. As diferenças nas taxas de juros relativas entre o dólar e outras moedas, como o euro, dólar canadense e franco suíço, têm contribuído para essa dinâmica. Além disso, a possibilidade de novos aumentos de juros nos EUA, conforme sugerido pela diretora do Fed, Michelle Bowman, adiciona mais incerteza ao mercado", completa.

A análise da Coinbase também destaca fatores geopolíticos, como as eleições em andamento no Reino Unido e França, além do início dos debates eleitorais nos EUA. Embora as criptomoedas não tenham sido mencionadas no primeiro debate, a arrecadação de US$ 169 milhões pelo super PAC Fairshake pode tornar as eleições de novembro um catalisador importante para o desempenho das criptomoedas no segundo semestre de 2024.

"No âmbito regulatório, uma decisão iminente da Suprema Corte dos EUA sobre dois casos que podem derrubar a deferência Chevron — que concede às agências administrativas a interpretação de leis federais ambíguas — poderia ter implicações significativas para a indústria de criptomoedas e a autoridade da SEC", destaca.

A análise da Coinbase sugere que a sazonalidade positiva pode ser relevante em julho, já que historicamente tanto o Bitcoin quanto o ETH tendem a ter um bom desempenho nesse mês. Após as vendas em junho, há uma expectativa de que a liquidez melhore, com volumes diários médios para BTC e ETH caindo 16,7% entre maio e junho.

“Assim como o mercado de ações, sem grandes catalisadores de variações de preço, o mercado cripto fechou a semana em modo de espera, observando os potenciais impactos vindos do mercado americano, como a divulgação de dados sobre a inflação, cortes nas taxas de juros e as eleições", destacou Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas.

Preço do Bitcoin no curto prazo

Analisando o preço do Bitcoin no curto prazo, o analista Rakesh Upadhyay, destaca que os touros enfrentam dificuldades para empurrar o Bitcoin acima de US$ 62.500, mas um sinal positivo é que eles não permitiram que o preço caísse e se mantivesse abaixo de US$ 60.000.

Segundo o analista, se os compradores elevarem o preço acima de US$ 62.500, o par BTC/USDT tentará uma alta para US$ 64.602. Esta é uma resistência crucial para os ursos defenderem, porque uma quebra acima dela abrirá o caminho para um aumento para US$ 70.000.

"No lado negativo, uma quebra e fechamento abaixo de US$ 60.000 sinalizará que os ursos estão no controle. O par pode entrar em colapso para o suporte em US$ 56.552, onde os compradores devem entrar porque uma quebra abaixo dele pode afundar o par para US$ 50.000", afirmou.

Bitcoin luta para subir