Um ‘World of Warcraft’ está se desenvolvendo no metaverso Decentraland, chamado de Exodus: Goodbye World. Joshua Villavaso, idealizador do jogo de interpretação para metaverso (MRPG, na sigla em inglês), compartilha com o Cointelegraph Brasil sobre essa experiência imersiva no universo virtual. 

Vivo e crescente

Publicações feitas nas últimas semanas atestam que o metaverso está morto, o que rendeu piadas do CEO da Epic Games sobre o assunto. Para Villavaso, que faz transmissões na Twitch de suas interações dentro do Decentraland sob o nome de JTV, a ideia de um universo virtual segue viva.

Após quase um ano de testes, o jogo está se preparando para ser oficialmente lançado. “O jogo integra os elementos tradicionais de um MMO [jogos online que permitem a entrada de diversos jogadores] à tecnologia blockchain, empoderando jogadores com a posse real de suas ativos conquistados no jogo”, conta Villavaso. 

Exodus é um jogo ‘play and earn’, que é o termo usado para classificar jogos onde o usuário conquista ativos jogando. O modelo é semelhante ao que títulos famosos, como League of Legends, fazem atualmente: o jogo é gratuito e recompensa os jogadores periodicamente. Villavaso afirma que Exodus é focado em dar uma experiência imersiva ao jogador, sem perder muito tempo na parte de tokenização da experiência.

Cenário do jogo Exodus: Goodbye World desenvolvido em Decentraland. Fonte: Joshua Villavaso

“O jogo oferece um mundo rico e imersivo, onde os jogadores podem aprimorar suas habilidades, como cortar madeira, forjar e participar em expedições para coletar materiais. Nosso modelo de membros, que é igual a um passe de batalha, permite que os jogadores tenham acesso a itens exclusivos”, diz o criador do canal JTV.

Villavaso esclarece, no entanto, que o passe de batalha mencionado dá acesso apenas a itens cosméticos. Ou seja: nenhum jogador se sobressairá apenas pagando, é necessário jogar Exodus para progredir. O modelo é semelhante aos passes contidos em títulos da Riot Games, onde comprar o passe libera efeitos cosméticos no jogo, mas não interferem na progressão real do jogador.

“O jogo é gratuito, e qualquer um que entrar em Decentraland pode ir nas coordenadas 126,44 para jogar. Por enquanto, os monstros estão circulando pela área do jogo. Jogadores poderão atacar os monstros com um clique para ativar o modo de batalha. Isso será lançado ainda em junho”, comenta o idealizador do Exodus.

Experiência fluida

Um dos desafios que Exodus: Goodbye World enfrenta é o preconceito da comunidade gamer em relação aos tokens não-fungíveis (NFTs), conta Villavaso. Ele acrescenta que isso se deve em razão de jogos que focaram demais nos tokens e em detrimento da diversão. Por isso, a equipe por trás do jogo tem se dedicado a não cometer o mesmo erro.

“Temos planos de introduzir uma exchange dentro do jogo [para usuários negociarem ativos conquistados jogando], mais habilidades, companheiros animais, e mais tarefas e histórias imersivas. Nossa estratégia de desenvolvimento para o longo prazo é continuar melhorando o jogo, dando um passo de cada vez nessa jornada de crescimento”, diz Villavaso.

Jogadores se reunindo em Exodus. Fonte: Joshua Villavaso

Quanto à implementação de efeitos visuais para as habilidades e monstros, o idealizador do projeto conta que o trabalho é feito da mesma forma aplicada na criação de sites. Um designer cria as artes, e elas são implementadas dentro do Decentraland.

“Nosso time de engenheiros programa a lógica que acontece nos bastidores (com toda a matemática), bem como a lógica do front-end, que é como os gráficos e efeitos visuais aparecem na tela. O Decentraland tem uma biblioteca especial para construir o front-end, mas o back-end nós precisamos desenvolver do zero”, conclui Villavaso.

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