A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) abriu um Processo Administrativo para investigar as atividades da Midas Trend, suposta pirâmide financeira de Bitcoin, segundo um comunicado enviado ao Cointelegraph em 18 de outubro.

De acordo com o comunicado a autarquia abriu o processo SEI nº 19957.006646/2019-48, com a finalidade de apurar uma denúncia contra a empresa. Segundo o regulador a empresa não tem qualquer licensa ou registro para operar com ofertas de investimentos financeiros seja por meio de criptomoedas ou por meio de reais.

"Caso sejam identificados indícios de irregularidades, a CVM poderá determinar a suspensão da atividade irregular, aplicar as sanções administrativas previstas (...) se for o caso, comunicar a ocorrência de crime contra o mercado de capitais, entre outros possíveis, ao Ministério Público Federal", destacou a CVM

A Midas Trend, assim como outras empresas que já receberam punições pela CVM, atua no sistema de marketing multinível oferecendo bônus e sistemas de pontuação para a divulgação de seus produtos financeiros, que são comercializados na forma de cursos que só podem ser adquiridos depois de 'ativar uma conta', processo que depende da indicação de uma outra pessoa que já faça parte da Midas.

A empresa promete até mesmo triplicar o investimento do usuário após a ativação de determinado plano, oferecendo lucros também por indicações, além de um suposto robô de trade e arbitragem, o Botmidas, que oferece rentabilidade de até 50% por mês, por meio da compra e venda de Bitcoin e criptomoedas. Os lucros só podem ser sacados após um ano.

"Propagandas ou propostas como as da Midas Trend devem levantar certa suspeição, recomenda-se cautela e adoção de providências para checar a procedência, legalidade e viabilidade da oferta ou proposta, antes de fechar qualquer negócio, acordo, etc., e principalmente antes de fazer qualquer pagamento", destacou a CVM.

Como noticiou o Cointelegraph, a Unick Forex, que estava proibida de atuar no Brasil por determinação da CVM teve seus líderes presos pela Polícia Federal em uma megaoperação que reuniu cerca de 200 agentes e cumpriu mais de 60 mandados judiciais em 10 cidades diferentes em pelo menos 3 estados do Brasil. Além de bens e veículos foram apreendidos 1.500 bitcoins.