A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, anunciou a entrada da Autarquia na Rede Brasil do Pacto Global, uma iniciativa da Nações Unidas (ONU).

A rede tem como foco mobilizar a comunidade empresarial na adoção e promoção, em suas práticas de negócios, de Dez Princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.

Desta forma, com a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Pacto Global também tem a missão de engajar o setor privado nesta nova agenda.

“É uma satisfação poder conjugar esse anúncio com a celebração dos 44 anos da CVM, momento em que propomos um aprofundamento das discussões sobre temáticas socioambientais. Nosso ingresso no Pacto Global demonstra o comprometimento do regulador com essa agenda e o empenho contínuo para promover o desenvolvimento do mercado em bases cada vez mais sólidas e transparentes.”, afirmou Marcelo Barbosa, Presidente da CVM

De acordo com Marcelo Barbosa, a CVM é o primeiro regulador brasileiro a ser admitido no Pacto Global e passará a ter ferramentas que contribuirão para ampliar o envolvimento da Autarquia com os temas de sustentabilidade e com as discussões na área.

Ainda segundo a CVM isso também habilitará a autarquia a participar em programas locais e internacionais.

"As ações serão conduzidas de forma efetiva, reforçando nosso compromisso como regulador e apoiando os 10 princípios universais enfatizados pelo Pacto com relação a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção", comentou.

Já são mais de 16 mil participantes na iniciativa, em quase 170 países, contando com mais de 1.100 membros no Brasil (rede local que mais cresceu em 2020).

Combate a corrupção

Recentemente em artigo publicado no portal do jornal O Globo, o CEO da desenvolvedora de softwares para o mercado financeiro Investtools, David Gibbin, defende que a tecnologia blockchain é a chave para "livrar o Brasil do caos político e institucional" e pode ajudar o país nas metas do Pacto Global no combate a corrupção.

"Diante do atual cenário político, em que notícias sobre corrupção e lavagem de dinheiro são cada vez mais frequentes, o anseio da população por ferramentas de transparência nos governos é inevitável. Embora uma solução para o controle de gastos públicos pareça utópica, dada a dimensão do problema no Brasil, ela existe e está em uma tecnologia conhecida por muitos, mas realmente compreendida por poucos: a blockchain."

Os princípios da blockchain, escreve Gibbin, com todos os computadores da rede trabalhando de forma conjunta e tendo que validar as transações, "gera um novo e inédito padrão de segurança", e a imutabilidade da tecnologia também faz com que as fraudes sejam quase impossíveis.

No controle de gastos públicos em blockchain, toda a movimentação é obrigatoriamente registrada e rastreável por qualquer ator da rede, ou seja, os dados são públicos.

Segundo ele, a blockchain tende a ser cada vez mais explorada como uma ferramenta de proteção da democracia:

"A tecnologia tira do governo e de outras entidades passíveis de corrupção os papéis de prestadores de contas e de emissores de uma “verdade” cada vez mais frágil."

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