O mercado de criptomoedas sofria com alto volume de saídas líquidas e recuava a um market cap de US$ 2,44 trilhões (-8%) na manhã desta segunda-feira (7), quando o Bitcoin (BTC) derretia a US$ 76,9 mil (-7%) com dominância de mercado a 62,8%, sentimento de medo extremo dos investidores (17%) e a maioria das altcoins no vermelho.
O tombo do mercado cripto seguia o movimento retrátil das bolsas asiáticas, como a do Japão (-7,68%) e de Xangai (-7,34%). A escalada da aversão ao risco, ao qual as criptomoedas estão associadas, sucedia o início da aplicação de tarifas recíprocas, decretadas na semana anterior pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos de outros países, cujos efeitos começaram a vigorar no sábado (5).
"Eu não quero que nada caia. Mas, às vezes, é preciso tomar um remédio para consertar algo", declarou Trump a bordo do Air Force One no domingo (6).
O republicano acrescentou que os países teria que “pagar muito dinheiro” pela suspensão tarifária e revelou que diversas nações já fizeram contato, na tentativa de reverter a cobrança.
"Eles estão vindo para a mesa. Querem conversar, mas não há conversa a menos que nos paguem muito dinheiro anualmente", completou.
A pressão vendedora do mercado de criptomoedas acontecia na esteira da explosão do Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo. O VIX se encontrava elevado a 50,19 pontos (+67,16%) com um acumulado de 108,39% em cinco dias, pelo temor de que o tarifaço de Trump resulte em inflação e recessão global com o início de uma guerra comercial, cenário que ter forte impacto no mercado de criptomoedas.
Apesar do FUD (medo, incerteza e dúvida), os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin apresentaram impacto discreto no encerramento de sexta-feira (4) ao recuarem em líquidos 64,88 milhões, enquanto os ETFs de Ethereum (ETH) avançaram em líquidos de US$ 2,06 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.
No mercado de Futuros de criptomoedas, o Interesse Aberto apresentava queda a US$ 92,1 bilhões (-8,7%), enquanto o volume de negociações avançava a US$ 4274,4 bilhões (+224%). Já a liquidação de traders de criptomoedas ascendia em quase 1.100% pelo monitoramento de 24 horas da plataforma Coinglass. Nesse período, as liquidações de tomadores de empréstimo de criptomoedas chegava a US$ 1,41 bilhão, sendo US$ 1,22 bilhão em posições compradas (long) ante US$ 201 milhões em posições vendidas (short), respectivamente apostadores de alta e queda.
O índice altseason, que mede o nível de rotação de capital para os principais tokens em capitalização de mercado, permanecia espremido a 14 pontos. Nesse grupo, o ZEC derretia a US$ 28,54 (-25,2%), o BERA recuava a US$ 4,25 (-25,1%), o MOVE retornava a US$ 0,30 (-17,3%), o LTC voltava a US$ 67,03 (-17,3%), o KCS era trocado por US$ 8 (-17%), o S valia US$ 0,39 (-17%), o LDO estava precificado em US$ 0,66 (-16,8%), o SPX avançava a US$ 0,49 (-5,5%), o FARTCOIN chegava a US$ 0,46 (+2,3%) e o KAVA se convertia em US$ 0,41 (+1,9%).
Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o AERGO estava precificado em US$ 0,10 (+62,7%), o CBK representava US$ 0,61 (+31,1%), o VICE era trocado por US$ 0,064 (+15,7%), o FORTH estava cotado a US$ 2,44 (+23,3%) e o RFC estava nivelado por US$ 0,026 (+51,3%).
Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam FORTH e GO na BitMart, SUN e TITICOIN na Kraken, ALE e SUT na Gate.io e MEXC, TAI na Kucoin, STO na Poloniex, PYTH na AscendEX, HYP na LBank e BABY na Binance Futuros.
Na semana anterior, as criptomoedas minimizaram o banho de sangue de Wall Street enquanto o Bitcoin lutava por US$ 83 mil, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.