Sete em cada dez pessoas com sinais de psicopatia podem ser investidores de criptomoedas, de acordo com um artigo acadêmico de pesquisadores da Universidade de Toronto e da Universidade de Miami, publicado recentemente pela revista PLOS One.

De acordo com o artigo, os investidores de criptomoedas possuem níveis mais altos de traços considerados sombrios, como narcisismo, maquiavelismo, psicopatia e sadismo. O que, segundo o relatório, sugere que “a propriedade de criptomoedas está associada a várias características não normativas e possivelmente desadaptativas”.

“Os indivíduos que compram criptomoedas eram, em média, mais propensos a acreditar em teorias da conspiração, apoiar grupos extremistas e compartilhar sentimentos populistas”, diz o documento.

Trata-se de um plano amostral com 2001 adultos entrevistadas nos EUA, universo que excluiu apenas 30% dos entrevistados que declararam não serem investidores de criptomoedas, porém com pontuação alta para necessidade do caos, paranóia, atributos esquizotípicos, reatância psicológica, mentalidade vitimista, dentre outros.

Segundo uma publicação da Bloomberg, os traços obscuros de personalidade também são frequentes no mundo corporativo tradicional, identificados por outros estudos, que apontam ligação entre psicopatia e liderança abusiva.

Foi o que apontou um artigo publicado em 2014 em que funcionários identificavam traços de psicopatia em seus superiores e o sofrimento psicológico e a satisfação no trabalho, segundo o relato dos trabalhadores. 

De maneira análoga, e até anedótica, a publicação observou que a autodepreciação humorística também é uma característica dos “psicopatas do Bitcoin”, que, a todo o momento, experimentam altos e baixos, além dos escândalos envolvendo o mercado cripto. O que sugere que alguns traders estão assimilando a ideia de que são “psicopatas”.

Entre os “psicopatas cripto” está o “Profeta do Bitcoin”, o argentino Jerónimo Ferrer, que prega adoção das criptomoedas para libertar população da economia combalida, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.