Vinculado a investimentos de risco, o mercado de criptomoedas continua sendo impactado diretamente pelos acontecimentos político-econômicos da macroeconomia. Na manhã desta sexta-feira (7), o volume do setor apresentava retração de 0,67% e era de pouco mais de US$ 957 bilhões. Nas últimas horas o índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas consideradas fortes, subiu 1,07% enquanto o Bitcoin (BTC) caiu 0,85% ao ser trocado de mãos pouco acima dos US$ 19,9 mil, apesar de manter a dominância de mercado em 40%.

O relativo recuo do mercado cripto aconteceu na esteira de, pelo menos, dois acontecimentos inerentes à economia internacional. Um deles foi a previsão nada animadora feita pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristina Georgieva, durante uma entrevista em Washington. Segundo ela, um terço da economia do planeta entrará em recessão em 2023 e mesmo os países que não forem atingidos sentirão a crise. 

Pelo que apresentava o monitoramento do CoinMarketCap, parte dos investidores de criptomoedas pode ter interpretado como um “balde de água fria”, para não dizer gelada, as declarações de Georgieva, que sinalizou para a continuidade dos arrochos monetários por meio da elevação das taxas de juros pelos bancos centrais, entre eles o dos EUA, o Federal Reserve (Fed). Isso porque a maior economia do planeta divulga nesta sexta o relatório payroll, sobre a atividade econômica e dados do mercado de trabalho, exceto o setor agrícola e serviços públicos, e da balança comercial no país, evento que desperta, ou despertava, esperança de desaceleração do Fed com possíveis dados ruins sendo divulgados pelo payroll.

A maioria das principais altcoins por capitalização de mercado, com exceção das stablecoins, apresentava queda de até 1%, retração que era sentida com mais força no BNB, trocado de mãos por US$ 284 (-3,4%) após um ataque hacker na rede BNB Chain, no XRP, transacionado a US$ 0,49 (-1,25%), no SOL, negociado a US$ 33,26 (-2%) e no DOGE, cotado a US$ 0,063 (-2,5%), enquanto o MATIC avançava 0,60% ao ser negociado pouco acima de US$ 0,84.

Em relação às altas de dois dígitos, que se apresentavam em menor quantidade e menor média, o CSPR estava precificado em torno de US$ 0,035 (+11,3%), o REFF valia pouco mais de US$ 0,0054 (+13%), o ELA estava nivelado em US$ 1,65 (+11,7%), e o MCT podia ser comprado pouco acima de US$ 0,75 (+11%).

Algumas altcoins apresentavam altas que de destacavam ao avançarem para uma órbita entre 25% e 30%. Uma delas era o DESO, token da plataforma blockchain voltada para redes sociais descentralizadas da Web3 DeSo, negociado por US$ 18,85 e com alta de 31%.

Gráfico diário do par DESO/USD. Fonte: CoinMarketCap

O que aconteceu na esteira de um anúncio feito na última quinta pela equipe responsável pelo projeto, em uma publicação no Twitter, relativo à troca com  a stablecoin USDC. 

“$USDC está chegando ao DeSo!
Temos o orgulho de anunciar que a DeSo integrará o USDC, uma das stablecoins apoiadas por fiat mais confiáveis do mundo.
Para alcançarmos nossa visão de Social Descentralizado, devemos tornar as criptomoedas fáceis de usar e acessíveis ao maior número possível de pessoas.”

Enquanto roem as unhas com as previsões pessimistas para a economia global, as criptomoedas são aterrorizadas pelo Talibã em meio à prisão de traders e expulsão de exchanges no Afeganistão, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

LEIA MAIS: