Dados da Brasil, Bolsa, Balcão (B3), a Bolsa de Valores do Brasil, apontavam na tarde desta quarta-feira (14) que os fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) com exposição a criptomoedas acumulavam alta semestral de até 57%, percentual inversamente semelhante ao recuo anual médio da liquidez envolvendo o seguimento, associado ao mercado de risco, que sofre com a migração de investidores para outros mercados em meio ao aumento da pressão regulatória sobre as criptomoedas e a intabilidade da macroeconomia.
Por exemplo, o HASH11, que replica o índice Nasdaq Crypto Index, uma cesta de criptomoedas de projetos considerados robustos, movimentava um volume de R$ 18,5 milhões. O ETF da gestora brasileira Hashdex registrava alta de 12% e 42% nos acumulados anual e semestral, respectivamente.
Gráfico anual do HASH11. Fonte: B3
O movimento é semelhante ao do QBTC11, primeiro ETF exposto 100% ao Bitcoin da América Latina, lançado em junho de 2021 pela QR Asset Management. Nesse caso, o  QBTC11 acumulava alta anual de 9% e semestral de 46% enquanto movimentava pouco mais de R$ 19,2 milhões.
Gráfico anual do QBTC11. Fonte: B3
O HASH11 e o QBTC11 fazem parte de um grupo de 13 ETFs atualmente listados na B3 com exposição ao ecossistema de criptomoedas, que amargaram perda anual acentuada em volume de negociação, na contramão da proporção da valorização deste ano. 
Isso significa dizer que, em média, os ETFs perderam aproximadamente metade de sua liquidez entre maio de 2022 e maio de 2023, embora a retração supere 70% em alguns casos.
A perda de volume acontece na esteira da migração da base de investidores para outros mercados por causa da aversão ao risco, apesar do avanço no número de investidores brasileiros em criptomoedas. Foi o que apontou a Receita Federal no começo de maio ao indicar que o volume de Bitcoin negociado no Brasil ultrapassou R$ 4 bilhões no primeiro trimestre.
Embora os ETFs não tenham escapado da retração dos fundos cripto, que acumularam perda de US$ 62 milhões entre o final de maio e o começo de junho, os brasileiros seguiram na contramão e aportaram US$ 2,4 milhões em uma semana, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.