Recuada a US$ 3,27 trilhões (-0,8%) na manhã desta sexta-feira (6), a capitalização do mercado de criptomoedas avançou 10,3% em maio, apesar da volatilidade significativa causada pela incerteza nas políticas comerciais dos Estados Unidos, de acordo com o relatório mensal da Binance.

De acordo com o levantamento, as posições vendidas (short) de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), tomadores de empréstimos que apostaram na queda para comprar a queda, acumularam perdas massivas no mês passados. Nesse caso, o monitoramento apontou que esses ursos sofreram cerca de US$ 1 bilhão em liquidações, já que um acordo comercial entre EUA e Reino Unido serviu como catalisar de alta de preços, na ocasião. Segundo a Binance, outros US$ 183 milhões foram liquidados após a suspensão de tarifas entre EUA e União Europeia (UE).

O relatório destacou que a adoção corporativa se fortaleceu, com destaque para a aquisição de Bitcoin pela TwentyOne Capital e o anúncio da Sharplink de uma nova reserva de tesouraria em Ethereum.

Outro destaque foi a manutenção do crescimento acentuado das reservas corporativas de BTC, atingindo 809,1 mil BTC em 116 empresas listadas publicamente em maio. Os recordes de preço do Bitcoin (cerca de US$ 112 mil) reacenderam o FOMO (medo de ficar de fora) corporativo, com empresas buscando valorização no balanço patrimonial e proteção contra a inflação, impulsionadas por maior clareza regulatória e mudanças na contabilidade de valor justo previstas para 2025.

Na avaliação da exchange, embora o BTC permaneça como principal ativo de reserva, algumas empresas vêm diversificando com cautela para altcoins como ETH, SOL e XRP. Para os próximos meses, o ritmo de crescimento dessas reservas dependerá das condições macroeconômicas, de mudanças regulatórias e dos ciclos de mercado, observou a Binance.

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista (spot) nos EUA tiveram um desempenho forte em maio, atraindo US$ 5,2 bilhões em entradas líquidas — o maior valor desde novembro de 2024 — impulsionados pela aprovação de legislações sobre stablecoins no Senado dos EUA e no Conselho Legislativo de Hong Kong. O que, segundo o relatório, contribuiu para o novo recorde histórico (ATH) do Bitcoin.

Por outro lado, o monitoramento destacou uma realização de lucros no fim do mês e uma nova onda de incertezas macroeconômicas geraram saídas de US$ 962 milhões em dois dias — a maior desde fevereiro. Essa volatilidade, acrescentou o relatório, ressalta o papel crescente dos ETFs na descoberta de preços, com o IBIT da gestora BlackRock liderando as entradas, enquanto o GBTC da gestora Grayscale perdeu US$ 320 milhões, indicando uma possível dinâmica de “o vencedor leva tudo”.

O mercado cripto em maio de 2025 também evidenciou uma divergência estrutural significativa e uma rotação setorial. As Finanças Descentralizadas (DeFi) cresceram impressionantes 19,0%, impulsionadas por novos lançamentos de produtos, oportunidades de rendimento, rotação de capital e aumento no Valor Total Bloqueado (TVL), superando com folga o sólido ganho de 11,1% do Bitcoin ao atingir um novo ATH. Em contraste, os setores de games e de soluções de Camada 2 (L2) permaneceram fracos, com retornos negativos apesar do sentimento positivo geral do mercado.

Fonte: Reprodução Binance/DeFiLlma

O mercado de ativos do mundo real (RWA) tokenizados disparou mais de 260% no primeiro semestre de 2025, atingindo uma avaliação total de US$ 23 bilhões. Atualmente, crédito privado tokenizado e dívida de títulos do Tesouro dos EUA dominam o setor, representando 58% e 34% do mercado, respectivamente. Com o avanço dos marcos regulatórios, o setor está bem posicionado para continuar crescendo e atrair uma participação maior de grandes players da indústria, segundo o documento.

Na seara otimista, um especialista em criptomoedas avaliou esta semana que a queda do Bitcoin é ‘traiçoeira’ e US$ 160 mil é logo ali, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.