O recuo geral do mercado de criptomoedas teve um reflexo correspondente no balanço dos principais fundos de investimento de criptomoedas, que registraram o resgate de US$ 142 milhões nos últimos sete dias, quebrando uma sequência de 17 semanas de influxos positivos, de acordo com relatório da Coinshares, uma gestora de ativos digitais que compila os dados da indústria.

Trata-se do maior fluxo de saída de recursos de fundos de criptomoedas registrado em 2021. O recorde anterior acontecera no começo de junho, quando US$ 97 milhões foram resgatados por investidores temerosos das condições gerais do mercado após as críticas de Elon Musk ao gasto energético da mineração de Bitcoin (BTC) e da repressão do governo chinês ao ecossistema de criptomoedas do país.

Agora, fundos dedicados ao Bitcoin foram os que sofreram as maiores perdas, totalizando US$ 89 milhões em saques. Uma reversão severa considerando-se o influxo positivo de US$ 145 milhões no exercício anterior, dando uma boa medida na mudança do sentimento do mercado neste final de ano.

As perdas dos fundos focados no Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, não ficaram muito atrás, com saídas que somaram US$ 63,6 milhões.

Apesar dos resgates recentes, o saldo dos fundos de investimento dedicados a criptomoedas até agora em 2021 ainda é majoritariamente positivo, destaca o relatório. Segundo a Coinshares, o comportamento dos investidores pode ter sido influenciado pelo cenário macroeconômico, especialmente a sinalização de que uma mudança na política monetária do Banco Central dos EUA será implementada já no começo do ano que vem:

"Embora esse fluxo pareça alarmante, há vários pontos a serem considerados. Em primeiro lugar, ocorre em um momento em que houve saídas consideráveis de todos os ativos de risco após a recente declaração do Banco Central dos EUA sobre a redução gradual [dos estímulos financeiros]. Em segundo lugar, as saídas representam apenas 0,23% do total de ativos sob gestão e, de uma perspectiva histórica, são pequenas em relação às saídas no início de 2018, quando as saídas semanais representavam até 1,6% do ativos sob gestão. Por fim, as saídas ocorrem em um contexto de entradas anuais recordes, chegando a US $ 9,5 bilhões em 2021, um crescimento de 41% em relação às entradas que totalizaram US$ 6,7 bilhões em 2020."

Fundos dedicados à Solana (SOL) e à Polkadot (DOT) registraram influxos positivos, embora tímidos: US$ 6,7 milhões e US$ 2,5 milhões, respectivamente.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, investidores institucionais acreditam que as criptomoedas serão a classe de ativos que sofrerá a mais severa correção em 2022.

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