O mercado de criptomoedas no Brasil está com diversas novidades, marcadas por avanços tecnológicos, novos projetos e eventos que reforçam a liderança da região na adoção de soluções Web3. A integração da Dogecoin à Solana, o lançamento da blockchain própria da FIFA na Avalanche e a criação de uma ferramenta brasileira para detectar músicas geradas por IA mostram a força do setor.

Além disso, a Bitget Wallet apresentou uma reformulação completa de marca, com foco no movimento "Crypto for Everyone", ampliando sua base global de usuários. A LaChain, criada pela Ripio, evoluiu para uma rede de Camada 2 ao se integrar à ZKsync, fortalecendo a infraestrutura Web3 na América Latina. Por fim, São Paulo se prepara para sediar o TokenNation 2025, que reunirá os principais líderes do setor financeiro e da Web3 para debater o futuro da tokenização.

DOGE se torna multichain

A Wormhole anunciou a integração da Dogecoin (DOGE) ao ecossistema Solana, utilizando sua estrutura de Transferência de Tokens Nativos (NTT) e provas de conhecimento zero. A iniciativa transforma a DOGE, com valor de mercado de US$ 35 bilhões, em um token nativo da Solana, ampliando sua utilidade e acesso global.

Segundo Robinson Burkey, cofundador da Wormhole Foundation, a integração une duas grandes forças do setor: Solana, líder em volume, e DOGE, um dos dez maiores criptoativos. A tecnologia da Wormhole já facilitou mais de US$ 11,5 bilhões em entradas para a Solana, reforçando sua posição como principal infraestrutura de interoperabilidade multichain.

FIFA lança blockchain própria

A FIFA escolheu a Avalanche para desenvolver sua blockchain de camada 1 (L1), criando uma infraestrutura dedicada para ativos digitais no futebol. A iniciativa visa suportar colecionáveis, ingressos em NFT e novas formas de engajamento com seus 5 bilhões de fãs ao redor do mundo.

A Modex criou uma subchain personalizada para a FIFA, consolidando operações antes espalhadas por múltiplas blockchains. Essa nova arquitetura garante escalabilidade, segurança e compatibilidade com outras redes EVM, tornando a experiência mais fluida para torcedores e stakeholders.

A primeira fase inclui a migração do FIFA Collect, marketplace oficial de colecionáveis, para a Avalanche. Segundo Francesco Abbate, CEO da Modex, essa é uma nova era digital para o futebol, enquanto a Ava Labs destaca a Avalanche como solução ideal para aplicações blockchain em escala global.

Brasileira TuneTraders

A empresa brasileira TuneTraders criou uma solução inédita: um detector de inteligência artificial em músicas, que identifica se uma obra foi criada por IA e quais composições serviram de base para o modelo. A tecnologia é lastreada em blockchain, garantindo rastreabilidade, auditoria e segurança.

O sistema surge em resposta ao crescimento exponencial de músicas geradas por IA — mais de 20 mil por dia, segundo a Deezer. A ferramenta atinge 75% de acurácia e pode sinalizar trechos influenciados por outras obras, visando assegurar que criadores humanos sejam devidamente remunerados.

Carlos Gayotto, cofundador da TuneTraders, afirma que a tecnologia é 100% brasileira e pretende estabelecer um novo padrão para o setor fonográfico. O protocolo pode servir de base para regulamentações, equilibrando inovação com a proteção à criatividade humana em meio ao avanço das soluções baseadas em IA.

Bitget Wallet agora é "Crypto for Everyone"

A Bitget Wallet anunciou uma nova identidade de marca para refletir sua transformação em uma carteira de criptomoedas completa para uso cotidiano. Com mais de 80 milhões de usuários e um crescimento de 300% no último ano, a plataforma amplia suas funcionalidades além de negociação e rendimento, incluindo agora pagamentos, descobertas on-chain e suporte a mais de 130 blockchains.

O reposicionamento também marca o lançamento do movimento “Crypto for Everyone” Segundo Alvin Kan, COO da Bitget Wallet, a empresa quer tornar o uso de cripto tão simples quanto plataformas como Uber e PayPal, especialmente em regiões com infraestrutura bancária limitada.

TokenNation 2025

São Paulo sediará, nos dias 4 e 5 de junho, a próxima edição do TokenNation. A Bienal do Parque Ibirapuera receberá representantes de bancos, exchanges globais, órgãos públicos e especialistas em blockchain para debater o futuro da digitalização.

Entre os destaques da programação estão nomes como Henrique Videira (Banco Central), Solange Gueiros (Chainlink Labs), Daniel Mangabeira (Circle) e executivos de gigantes como Itaú, Bradesco, Binance, Coinbase e OKX. O evento busca conectar inovação, regulação e impacto social por meio de palcos temáticos e experiências imersivas.

O TokenNation contará com debates sobre governança digital, inteligência artificial, ESG, cultura cripto e um hackathon colaborativo. Além disso, haverá uma exposição de NFTs, ambientes interativos e jogos no metaverso, proporcionando uma experiência completa para os participantes do ecossistema Web3 e financeiro.

LaChain se integra à ZKsync

A Ripio anunciou a integração de sua blockchain LaChain à Elastic Network da ZKsync, tornando-se uma rede de Camada 2 (L2) compatível com Ethereum. A novidade amplia a escalabilidade, reduz custos e melhora a segurança com provas de conhecimento zero (ZKPs), fortalecendo a infraestrutura cripto na América Latina.

Criada para resolver desafios regionais como inflação, baixa bancarização e desvalorização monetária, a LaChain viabiliza soluções como pagamentos em stablecoin, sistemas DeFi locais e identidades digitais. A rede busca consolidar a América Latina como protagonista na nova era da Web3, segundo Sebastián Serrano, CEO da Ripio.

Além disso, a integração permitirá que projetos na LaChain interajam facilmente com outras redes ZKsync, promovendo expansão global. A Ripio planeja lançar novos protocolos, como o Capyfi, inspirado no Compound, além de realizar hackathons e estabelecer parcerias estratégicas para fomentar o desenvolvimento de dApps adaptadas à região.