O vice-governador do Banco da Inglaterra (BoE) para estabilidade financeira, Jon Cunliffe, recomendou a formação de um conjunto de regulamentos - semelhantes aos sistemas financeiros convencionais - para enfrentar os riscos dentro do ecossistema de criptomoedas e melhorar a confiança dos investidores.

Falando em uma coletiva de imprensa, Cunliffe destacou o recente colapso do ecossistema Terra, apontando que as criptomoedas que não conseguem manter seu valor induzem estresse nos mercados de criptomoedas. Ele comparou sua ideia de uma estrutura regulatória de criptomoedas a instâncias semelhantes nas finanças tradicionais, em que as regulamentações protegem os investidores de perdas irrecuperáveis, acrescentando:

“Para mim, isso destaca o fato de que precisamos agora trazer o sistema regulatório que gerenciará esses riscos no mundo das criptomoedas da mesma maneira que os gerenciamos no mundo convencional.”

Embora reconheça o “real potencial de uso das criptomoedas no sistema financeiro”, Cunliffe afirmou que os regulamentos para criptomoedas não precisam ser fundamentalmente diferentes das finanças tradicionais. No entanto, pode ser necessário aplicar de maneira diferente ao considerar a tecnologia subjacente que alimenta as criptomoedas.

O governador do BoE, Andrew Bailey, enfatizou a necessidade do envolvimento de órgãos internacionais no comércio sem fronteiras ou transfronteiriço de criptomoedas. Bailey disse que a “cripto não lastreada” não tem um valor intrínseco, mas pode ser melhor vista como um investimento. Por outro lado, o governador acredita que as stablecoins são mais adequadas como meio de pagamento, acrescentando:

“Acho que elas (criptomoedas e stablecoins) precisam de uma lente diferente, e é o que estamos fazendo em termos de como abordamos isso.”

Uma pesquisa recente com 5.916 cidadãos realizada pela Receita e Alfândega de Sua Majestade (HMRC) revelou que um detentor médio de criptoativos na Grã-Bretanha considera a criptomoeda um “investimento divertido”.

O relatório mostrou que 10% dos entrevistados detêm ou detiveram criptomoedas em algum momento, com 55% nunca tendo vendido nenhuma. Também foi descoberto que 52% dos investidores em criptomoedas têm participações de até US$ 1.200, ou 1.000 Libras Esterlinas.

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