O italiano Stefano Cionini, diretor para a América do Sul do Bolton Holding Group, que negocia parceria com o Santos Futebol Clube para a reforma do estádio da Vila Belmiro, é acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais de integrar um esquema de pirâmide financeira no Brasil

Notícia publicada pelo Globo Esporte diz que Cionini, que representa a empresa responsável pela criptomoeda Bolton Coin no continente sul-americano, é acusado de fraude através da empresa Mister Colibri, que supostamente prometia remunerar associados para que eles vissem vídeos de publicidade na internet.

Segundo a matéria, os associados pagavam US$299 como anuidade e teriam retorno prometido anualmente de 220%. 

O pagamento seria feito em uma moeda virtual chamada LP, que supostamente poderia ser usada para compra de produtos de parceiras como Toyota e Coca-Cola, que negaram relação com a Mister Colibri ao Ministério Público Estadual.

As investigações teriam começado em 2012, que determinou o bloqueio de R$ 47,5 milhões da empresa e de seus representantes dois anos depois, acusando-os de “prática de pirâmide financeira”, segundo o texto, que diz que um imóvel de Cionini em Brasília (DF) está citado na ação. Ainda em 2014, a empresa foi extinta.

Segundo a matéria, a Polícia Civil de Juiz de Fora (MG) reuniu dados de 86 supostas vítimas da empresa. 

O texto também cita o advogado do diretor do Bolton Holding Group, Ricardo Fortuna, que diz que seu cliente só teria tornado-se sócio da empresa depois da prática dos atos criminosos.

Cionini, que participou das negociações da empresa com o Santos, também se defende: “Às vezes atuo como advogado internacional e faço assessoria para empresas estrangeiras que querem abrir mercado no Brasil”, diz ele.

O Bolton Holding Group e o Santos Futebol Clube anunciaram no fim de março uma parceria para reforma da Vila Belmiro, que tornar-se-ia “Bolton Arena”, e a construção de um novo Centro de Treinamento. Inicialmente, a reforma teria investimento de cerca de R$ 150 milhões, mas o número informado pelo GloboEsporte.com na matéria já é bem maior, cerca de R$235 milhões. 

O presidente santista posteriormente teria trocado versões contraditórias com o CEO da empresa, Roberto Diomedi, e ainda voltado atrás na confirmação do acordo, relacionando a decisão a pressões internas. O clube, porém, ainda diz que busca fechar o acordo com a empresa cripto para a reforma de seu tradicional estádio.