A idealizadora da fintech brasileira de fomento a agricultura familiar e a comunidades quilombolas Moeda, Taynnah Reis, destacou ao portal do Estadão que a fintech tem crescido durante a crise de coronavírus e que projeta R$ 500 mil em vendas no primeiro ano de operação de um marketplace de pequenos produtores lançado em março.

A Moeda levantou US$ 20 milhões através de uma ICO, com investidores chineses como responsáveis pela maior parte das aquisições da ICO.

Na ICO, foram colocadas à venda 20 milhões de tokens MDA, ao valor de 1 dólar, cada. A venda foi finalizada em duas semanas, com a emissão de 19 628 888 MDA. Por meio da oferta, os sócios captaram cerca de R$ 60 milhões de reais, usados como investimento inicial.

A Moeda ainda define-se como fintech, aceleradora e marketplace, oferecendo microcrédito e conectando investidores e pequenos produtores em projetos de impacto ambiental. Todos os processos são registrados em blockchain, o que garante transparência.

A idealizadora do projeto diz que a pandemia trouxe mais interessados em investir em sustentabilidade e projetou o primeiro ano do marketplace:

"A pandemia sensibilizou as pessoas, que passaram a ajudar o pequeno produtor local e passaram a comprar dessa comunidade porque entendem que as grandes redes de varejo têm condições de atravessar a crise. A nossa meta é de atingir R$ 500 mil em vendas no primeiro ano de operação. Só nesses dois meses, atingimos R$ 100 mil."

A Moeda já atua nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Ceará e Distrito Federal. Thaynnah Reis detalhou os investimentos da empresa em projetos:

"Temos alocados R$ 5 milhões em crédito e microcrédito em 23 projetos iniciados. Temos uma carteira de 50 projetos e pretendemos captar ainda este ano entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões com fundos de impacto social."

Em uma entrevista do início de 2020 ao Projeto Draft, ela ressaltava a falta de educação financeira entre a população brasileira, e pregava um setor bancário "mais humano":

“Com a experiência trabalhando tanto com o governo quanto com setor privado, pude entender a mentalidade assistencialista no Brasil. Não há educação financeira. É preciso um banco mais humano, especialmente em tempos de incertezas”

E também destaca a ênfase da fintech no empreendedorismo feminino, sob a marca da igualdade:

“Sempre trabalhei em meios muito masculinos, o da tecnologia e das finanças. Encontrei muita dificuldade. Minha carreira foi mais valorizada fora do Brasil e mesmo assim houve muito estigma e julgamentos por ser mulher, jovem e brasileira”

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