A Deputada Federal Joice Hasselmann (PSL-PR) voltou a afirmar que cerca de R$ 600 milhões teriam sido pagos em Bitcoin a "uma grande revista" para orquestrar uma série de matérias contra o atual presidente da República Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018. A deputada participou do programa Roda Viva, da TV Cultura, em 22 de outubro.

Na época das eleições, Hasselmann chamou a atenção para esta mesma "denúncia", dando a entender que a revista em questão seria a revista Veja, que cobriu alguns dos escândalos envolvendo a família Bolsonaro na época. Ontem, ela ainda chegou a afirmar: "Não é só a Veja, são vários veículos".

A deputada, porém, nunca apresentou provas do fato ou apresentou denúncia às autoridades brasileiras, dizendo que fez papel de "jornalista". Ela também nunca revelou quais seriam os veículos de mídia supostamente beneficiados, nem quem seria o suposto "comprador" das matérias.

Na entrevista no Roda Vida, a deputada também deu a entender que as reportagens só não foram publicadas devido à sua denúncia, feita na época das eleições presidenciais de 2018, fato que teria bloqueado o pagamento em Bitcoin. Mais cedo, em entrevista na Rádio Jovem Pan, Hasselman chegou a afirmar que o valor teria sido pago à tal revista, mas de noite, na TV Cultura, negou o fato.

Não é a primeira vez que a deputada conta versões diferentes para a suposta denúncia. Hasselmann, quando fez a denúncia pela primeira vez em 2018, também declarou que a revista teria recebido o valor em dinheiro, "nota sobre nota", em uma reunião que tratava de "assassinar a reputação de Jair Bolsonaro".

Hasselmann vive nesta semana uma intensa briga política com a família Bolsonaro, por conta da disputa entre o presidente e seu atual partido, o PSL, pelo controle do Fundo Partidário. Em guerra de listas internas pela liderança da sigla, a Deputada ontem foi destituída da liderança da Câmara, depois do cargo ser tomado pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro. A briga, porém, continua.

Ainda durante o programa, a deputado declarou que Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro são líderes de uma rede especializada em campanhas de difamação e notícias falsas usando aplicativos de mensagens.

A deputada que foi atacada recentemente nas redes sociais pela família Bolsonaro e pelo “guru” do presidente, o astrólogo Olavo de Carvalho, declarando ainda que fará denúncia ao Ministério Público e apresentará queixa na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. "Não vou ficar apanhando e ficar quieta."

Como noticiou o Cointelegraph, o gabinete do Presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu uma denuncia sobre as atividades do Grupo Bitcoin Banco (GBB).

A denúncia partiu de um cliente da empresa, que se sentiu lesado por não conseguir retirar os Bitcoins aplicados na plataforma, que encontra-se com saques congelados desde o primeiro semestre do ano.