Um suposto roubo de 15 tokens não fungíveis (NFTs) está no centro dos debates de uma parte da comunidade cripto nos últimos dias. Uma polêmica que começou no dia 30 de dezembro, quando um dos fundadores da Ross + Kramer, de Nova York, foi ao Twitter fazer um pedido de ajuda. Na publicação pedindo “socorro”, Todd Kramer alegou que sua carteira havia sido invadida, de onde o ladrão teria roubado os colecionáveis avaliados em um total de aproximadamente US$ 2,2 milhões. O tweet foi apagado, mas já era tarde demais.

 


Uma matéria publicada na última quinta-feira (6) pelo Expresso, de Portugal, afirma que entre os colecionáveis supostamente roubados havia cinco exemplares da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC). Entretanto, algumas publicações de páginas dos Estados Unidos dizem que Kramer foi roubado em 15 colecionáveis dos macacos entediados.    


O golpe sofrido por Kramer resultou em reações variadas. Enquanto alguns internautas tentavam ajudá-lo na recuperação dos criptoativos, outros tentaram transformar a “infelicidade” do colecionador em lucro. No caso 25 exemplares do tweet da vítima, que foi printado e transformado em NFTs antes que o colecionador apagasse a postagem. A caçada ao ladrão também virou memes e gerou críticas ao OpenSea, que teria agido na contramão das exchanges descentralizadas (DEX) ao congelar as negociações dos tokens em posse do ladrão para beneficiar Todd. O que não impediu que parte dos NFTs fosse parar em outras mãos.

 


No momento da edição desta matéria, o mapeamento do OpenSea não indicava compradores para os 25 tokens do tweet de pedido de socorro de Todd Kramer, ofertados a 0,05 ETH, aproximadamente US$ 160 quando esta edição era concluída. No perfil do vendedor é possível encontrar outros NFTs semelhantes, criados a partir da reprodução de capturas de tela de publicações do Twitter, aparentemente sem sucesso de vendas de acordo com a plataforma.

 

O tweet de Kramer virou NFT , acendeu polêmicas e gerou memes. Fonte: OpenSea


Em relação ao OpenSea, a exchange foi vista como parcial ao favorecer um cliente com melhor poder aquisitivo. Entretanto os principais disparos contra a atuação da plataforma no episódio aconteceram por causa da suposta postura reacionária da exchange ao agir, segundo os críticos, na contramão da filosofia das DEXs em não mediarem as transações das redes blockchain. No Twitter, uma internauta escreveu:

 


O opensea faz isso por alguém com $ 10.000 em NFTs? Claro que não, @opensea apenas ajuda os ricos, sem dizer que é uma coisa ruim o que eles fizeram, mas precisa passar por um protocolo de governança onde todos podem votar, ou é uma plataforma centralizada, mude de ideia.

 

 

No dia seguinte ao suposto roubo, dois macacos teriam sido adquiridos do suposto ladrão e devolvidos para seu “verdadeiro dono”, Todd Krammer. Mesmo assim, o gesto ainda foi criticado em relação ao que preconiza a tecnologia blockchain. Em uma das publicações no Twitter a respeito do “resgate” dos dois macacos entediados, uma pessoa respondeu à comemoração dizendo que “o verdadeiro dono é que detém a posse [dos tokens]. É assim que a blockchain funciona.”

 

 

Segundo a publicação veiculada pelo Expresso, o hacker usou a técnica de phishing para obter o acesso da carteira da vítima. Para se ter uma ideia do patrimônio a que ele teria acessado, os macacos entediados estão entre os mais valiosos do mercado. No final do ano passado, os NFTs do BAYC haviam alcançado os NFTs CryptoPunks na disputa pela liderança do mercado. Nos primeiros dias de 2022 os 10 mil exemplares do BAYC existentes no mercado ultrapassavam US$ 1 bilhão em vendas totais.

 

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