As ações da Caliber, gestora de ativos imobiliários listada na Nasdaq, dispararam depois que a empresa anunciou sua mudança para uma tesouraria em Chainlink, apesar de uma investigação em andamento da bolsa.
De acordo com um anúncio feito na quinta-feira, o conselho de administração da Caliber aprovou o estabelecimento de uma estratégia de tesouraria em ativos digitais focada no Chainlink (LINK). Sob sua nova política, a empresa pretende alocar parte de seus fundos para adquirir tokens LINK.
O conselho da Caliber também nomeou um conselho consultivo de cripto responsável por orientar a gestão em relação à estratégia de ativos digitais, políticas e iniciativas relacionadas. A notícia parece ter sido bem recebida pelos participantes do mercado, com dados do Google Finance mostrando que as ações da empresa subiram 77% no pré-mercado e mantiveram esse novo valor adquirido no início do pregão.
Esse impulso veio apesar de a Caliber ter informado que, na quarta-feira, recebeu uma notificação por escrito da Nasdaq de que “não está mais em conformidade com a Regra de Listagem 5550(b)(1) da Nasdaq”. Estabelecer uma tesouraria em Chainlink pode ser uma forma de tentar corrigir o problema antes de ser removida da bolsa.
Por que a Caliber corre o risco de ser deslistada na Nasdaq
A regra em questão exige que as empresas mantenham um patrimônio líquido de pelo menos US$ 2,5 milhões para assegurar a continuidade da listagem na bolsa. A empresa tem 45 dias para apresentar um plano e, se aceito, até 180 dias para corrigir a deficiência.
Um registro junto à Comissão de Valores Mobiliários no segundo trimestre deste ano mostra que a Caliber tinha um déficit patrimonial de US$ 17,6 milhões. Se a empresa não conseguir cobrir esse buraco, perderá seu status de companhia de capital aberto. Se a Caliber conseguir levantar capital para sua recém-criada tesouraria em Chainlink, poderá voltar a estar em conformidade com as regras de listagem.
A ascensão das tesourarias corporativas em altcoins
Após a criação da primeira tesouraria em Bitcoin (BTC) pela Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, a tendência de desenvolver tesourarias corporativas em criptoativos inicialmente focava principalmente no Bitcoin. No entanto, um número crescente de empresas agora está direcionando suas iniciativas de tesouraria para altcoins.
No início desta semana, a Trump Media and Technology Group, dona da plataforma Truth Social do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o estabelecimento da Trump Media Group CRO Strategy para construir uma tesouraria de pelo menos US$ 6,42 bilhões em Cronos (CRO). De forma semelhante, as ações da Sharps Technology quase dobraram na segunda-feira, depois que a empresa de tecnologia médica anunciou uma tesouraria de US$ 400 milhões em Solana (SOL).
Ainda assim, essas empresas estão longe de garantir sucesso. No início deste mês, a Windtree Therapeutics, uma empresa de biotecnologia que havia estabelecido uma estratégia de tesouraria em BNB no mês passado, caiu 77% na quarta-feira após a Nasdaq anunciar que seria deslistada.